Crônicas: Apresentação

Santa Rita do Pardo-MS – História de Sua Existência é um trabalho de pesquisa de suma importância para os estudantes, professores, estudiosos e demais interessados em conhecer um pouco a história do município, desde os primórdios do tempo, até os dias atuais. Longe de querer aqui retratar verdade absoluta e única. Afinal já diziam os grandes sábios que a única verdade, é que a história não tem versão definitiva nem verdade absoluta. E aqui peço vênia para compartilhar esse pensamento.

É uma tentativa de resgatar a memória de um povoado, que até então não há nada mais, nada menos que pouquíssimos relatos perdidos nas gavetas empoeiradas do tempo e do “ouvi dizer”, aqui e acolá nas palavras tremidas e compassadas de escassos senhores que se dispõem a sentar-se em um banquinho tosco, engatar um cigarro de palha e engatar uma gostosa prosa em final de tarde. Coube-me o sabor único de ouvir relatos em um sério trabalho de investigação, quer seja no campo testemunhal, quer seja nos escassos registros sobre nossa existência, sem medir esforços para desvendar os mistérios de nosso povo e da nossa terra. Tornando o presente trabalho a tentativa de apresentar de uma maneira sutil a história de um povo, de forma mais honesta e verdadeira possível.

A tarefa de dar voz e movimentos a esses inúmeros personagens adormecidos por décadas em silenciosas  e escuras das valas  do tempo foi sem duvida um grande desafio. Em certos momentos vacilei e o pensamento em desistir se achegava. Mas como pequenos relâmpagos lépidos em noite escura, surgia novo recomeço. Após nova caminhada a recompensa de novos retalhos de história para juntar-se aos já laçados.

Conforme fui caminhando pelas regastas e empoeiradas veredas da história, senti pulsar no coração a importância desse resgate. Percebi como é gratificante ver as pessoas colaborar de forma inocente, com aquele brilho nos olhos de quem aperta um botão e rebobina a história, volta no tempo e se reencontra com sua juventude. De alguma forma, por um fugaz momento essas pessoas voltam no tempo e deparam-se com o frescor da juventude. Da sua juventude e de suas aventuras. E não é raro ouvir longos suspiros, e olhares perdidos no horizonte como que hipnotizados.

É preciso ir até lá, montado no Alazão da lembrança, revirar o passado e trazê-lo à luz do nosso presente.