Mostrando postagens com marcador Crônicas Santa Rita. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Crônicas Santa Rita. Mostrar todas as postagens

quarta-feira, 15 de janeiro de 2020

Manoel da Costa Lima (Major Cecílio) - e o vapor paraguaio “Carmelita”







Em 1900 Manuel da Costa Lima (ou Major Cecílio, título de honra recebido por ser Major da guarda nacional), saiu de sua fazenda Ponte Nova para explorar sertão adentro rumo à fronteira com o Estado de São Paulo. Não conseguindo atingir o objetivo, organizou posteriormente uma segunda expedição partindo da mesma fazenda Ponte Nova no dia 9 de maio de 1900.
Essa expedição atingiu as margens do rio Paraná na barra do Rio Pardo, onde foi fundado o distrito de Porto XV de Novembro. Em julho de 1904, o engenheiro agrimensor Emílio Rivasseau fazia o levantamento e a medição da estrada recentemente aberta por Manuel da Costa Lima. A estrada ligava o Arraial de Santo Antônio de Campo Grande ao Porto XV de Novembro, com uma distância de 54 léguas e 5.103 metros, cujas medidas constavam no Memorial descritivo assinado em agosto de 1904. Em seguida foi essa estrada recebida oficialmente pelo governador do Estado de Mato Grosso, através de seu representante, previamente designado, agrimensor José Paes de Faria. O objetivo da obra era a ligação do comércio com o Estado de São Paulo. Com essas providências, o sertanista Manuel da Costa Lima, já colocava o Porto XV de Novembro ao alcance de qualquer cidadão mato-grossense.
Ao chegar no Porto XV de Novembro, Manuel da Costa Lima se depara com um novo impasse: Como atravessar os 2 km de rio? Não para as pessoas, que poderiam ser facilmente acomodadas em canoas e batelões, mas sim a travessia do gado, das boiadas, vacadas, tropas de burros, cavalos, entre outros. Sua capacidade, sua inteligência e suas forças eram agora seriamente desafiadas por esse vital problema. Chegou à conclusão de que teria que ser feita uma “balsa curral” grande, para transportar muitos animais de uma só vez. Para rebocar a balsa curral, seria necessário uma lancha grande, um vapor. Surge então outro impasse: Onde encontrá-los? Nesta época, não existia nesta região esse tipo de navegação. Mas como o problema exigia solução, Major Cecílio imediatamente seguiu para a cidade de Concepción, no Paraguai, onde vira, de outra feita, vapores que seriam adequados ao serviço.
Compra do vapor paraguaio “Carmelita”
No fim de 1904, efetuava-se em Concepción do Paraguai, a compra do vapor denominado “Carmelita”. Para essa compra, Major Cecílio levou uma boiada com 200 rezes, que foram vendidas no Paraguai. Com o produto da venda do gado, pagou o barco e mandou confeccionar, na mesma cidade, um carretão grande, ultra resistente, além de quatro rodas, também super reforçadas com chapas de ferro. Em abril de 1905, o vapor Carmelita, depois de navegar pelo rio Paraguai acima, foi ancorar no rio Aquidauana, na foz do ribeirão Taquaruçu. No período entre a compra do vapor e a sua chegada à foz do ribeirão, Major Cecílio, volta à fazenda Ponte Nova para preparar a grande comitiva que o transportaria por via terrestre.
Tomou emprestado alguns bois de carro, no total de duzentos, e também carros de bois e carretas, que foram convenientemente preparados para a viagem. Reuniu uns 20 peões carreiros. Abasteceu a comitiva de víveres, ferramentas e de diversos utensílios que lhe pudessem ser úteis naquela expedição. No dia aprazado, estava ele na barranca do rio Aquidauana para iniciar a etapa mais difícil de seu maravilhoso projeto. Tudo aquilo que ali estava no rio, barco a vapor e carretão, teria que ser posto ao seco, na terra firme. Eram toneladas a serem arrastadas para fora d’água. Não existia guindaste e nem sequer uma rampa apropriada. Dispunha somente da força física dos bois e, acima de tudo, da engenhosidade, da inteligência daquele sertanista intrépido. Retirado da embarcação, o carretão foi desmontado quase que totalmente. Retirou-se o mastro, a caldeira, chaminé, enfim, tudo o que dela fosse removível. Por fim, acomodados nos carros e nas carretas. Depois de muito tempo de trabalho árduo, foi o casco do navio içado do rio Aquidauana e colocado sobre o carretão. Começou então a caminhada rumo a serra e depois sucessivamente, “serra a cima serra a baixo”. Caminhada penosa, exigindo não só dedicação daqueles bravos trabalhadores, mas muito sacrifício. Aquele casco de vapor em cima do carretão era presa fácil do terreno mole, dos brejos e dos areais existentes na rústica estrada.
A viagem decorria lenta e morosa. Quando aquele monstro de quatro rodas atolava no brejo ou na areia, havia que ser levantado com todo aquele peso em cima. De uma forma ou de outra o serviço era feito e, o foi por muitas e muitas vezes. Quando o pesado veículo era levantado, colocava-se madeira branca por baixo do mesmo, que muitas vezes também não resistia, atolando-se sob as toneladas de peso. Quando isso ocorria à operação era repetida, tantas vezes quantas se tornassem necessárias. Difícil era atravessar um brejo, onde a comitiva esteve cerca de 15 dias em um só acampamento. Vários problemas surgiram. Toda arrumação do carro era feita de correias torcidas; as tiradeiras, uma vez molhadas, com as constantes chuvas, apodreciam e partiam-se sendo substituídas por material novo, feito na hora. Nas subidas o freio era constituído de pedras ou pedaços de madeira resistente colocados atrás das rodas do pesado veículo.
Para as descidas da serra, córregos e nos baixados, o gênio criativo do bandeirante entrou em ação, e o tipo de freio certo foi engenhado. Vinte e cinco juntas de 50 bois alinhados, puxando para frente o carretão, e ligado no carretão na sua traseira, por uma “fieira” de 6 juntas de 12 bois. Ligado, ou arrastado por esta “fieira”, uma grande tora de madeira; esta e as 6 juntas de bois não permitiam que o carretão disparasse nas descidas ou ladeiras. E quando necessitasse parar o pesado veículo, bastava cercar pela frente a fieira de 6 juntas. Do ponto de partida, na margem esquerda do Rio Aquidauana, subindo e descendo a serra de Maracaju até o arraial, ou vila de Campo Grande, mais de sessenta dias foram gastos.










terça-feira, 9 de setembro de 2014

Publicada Lei que denomina ponte na MS-040, em Santa Rita do Pardo



Atendendo ao reivindicado pelos vereadores da Câmara Municipal de Santa Rita do Pardo, o deputado estadual Zé Teixeira (DEM) apresentou na sessão plenária de (09/07) o projeto de Lei nº130/14, que denomina Ilídio Faustino Marques a ponte sobre Rio Pardo na MS-040, de teor da Lei nº 4.568, publicada hoje (08/09) no Diário Oficial.
Teixeira justificou, em seu projeto, que a nominação da referida ponte é uma singela forma de homenagear um grande cidadão santa-ritense, um gesto de reconhecimento por seu destacado trabalho e contribuição para criação e desenvolvimento do município.

“Sua família é tradicional e ainda permanece no município, onde seu genro foi vereador, vice-prefeito e prefeito. Já seu neto Osvaldo Martins Mendes foi vereador por dois mandatos, sua neta Ana Ruthi Martins Faustino foi vereadora por três mandatos e, atualmente, seu neto Jonas Martins Faustino está em seu segundo mandato. Não há dúvida de que o homenageado deixou uma herança, filhos comprometidos com Santa Rita do Pardo e principalmente com a população do seu Município do coração”, concluiu o democrata.

História de Ilídio 
Ilídio Faustino Marques, nascido em 03 de março de 1913, na localidade hoje município de Santa Rita do Pardo, Estado de Mato Grosso do Sul, é filho de Delfina Maria Marques e Pedro Faustino Marques, de família humilde, tornou-se pecuarista uma vez que recebera as terras como herança deixada por seus pais, em que colocou o nome de “Fazenda Lajeado”.

Casou-se com a Senhora Maria Faustino da Conceição aos 26 nos de idade, permanecendo casado durante 66 anos. Desse relacionamento nasceram quatorzes filhos: Juvelina Faustina Mendes, Jorge Faustino Marques, José Faustino Neto, Luzia Faustino Monteiro, Pedro Faustino Marques, Adair Faustino Marques, Defina Faustina Leal, Lecir Faustina da Conceição, Sebastiana Aparecida, Getúlio Faustino Marquez, Gercília Faustina da Conceição, Aparecido Faustino Marquez, Gentil Faustino Marquez e João Faustino Sobrinho, sendo que Gentil e João são falecidos.

Ainda em vida, partilhou sua propriedade aos filhos no ano de 1982, que por vocação e espelho do pai trabalham a terra e ajudam no desenvolvimento e progresso do município de Santa Rita do Pardo, conhecida carinhosamente como: “A CAÇULA DO BOLSÃO”.







Governador diz que MS Forte redesenhou e ampliou os polos produtivos em MS.


Em entrevista a um programa de rádio da Capital, nesta segunda-feira (8), o governador André Puccinelli afirmou que os investimentos do programa MS Forte – cerca de R$ 2,5 bilhões -, redesenharam, nos últimos cinco anos, a malha rodoviária estadual e integraram regiões improdutivas com a pavimentação, recapeamento e recuperação de 3.662 quilômetros de estradas.

“Estamos incorporando dois milhões de hectares ao processo produtivo, abrindo caminhos para novas indústrias e mais emprego, transformando a vida dos sul-mato-grossenses”, afirmou o governador. 

Dentre as obras mais importantes de integração regional, ele citou o asfaltamento dos 337 quilômetros da MS-040, entre Campo Grande e Santa Rita do Pardo, e da MS-377, ligando Água Clara a Inocência.

O MS Forte, segundo Puccinelli, colocou o Mato Grosso do Sul em uma nova etapa de desenvolvimento, com uma matriz econômica mais diversificada e moderna, tornando-se o Estado mais atrativo para investimentos. 

“Sem estrada não se produz, e com esse programa de apoio e fortalecimento à produção vamos criar novos polos econômicos com o incremento da pecuária, do sucroenergético e do eucalipto”, destacou.

O governador adiantou que as obras de pavimentação (dois mil quilômetros) e recapeamento em andamento serão concluídas até dezembro, perfazendo também um total de 100% dos municípios interligados por estradas asfaltadas. 

Os investimentos em infraestrutura ampliarão para 8.600 quilômetros a malha estadual pavimentada, integrando regiões de fronteira e incorporando bolsões improdutivos.



quarta-feira, 18 de abril de 2012

Joaquim de Souza Mattos - Manoel da Costa Lima



            Para os desatentos para com a nossa história, sempre é o tempo é hora de se fazer justiça. Se não tanto, ao mesmo remediou-se um tantinho assim "Ó". Mas remediou e isso é importante. E como toda história sempre é passível de um fato novo, e aqui entre nós não haveria de ser diferente. Sempre tive  duvidas quanto ao numero de famílias fundadoras do nosso município.

 E a desconfiança leva o “Sherlock Holmes” do cerrado a fazer o quê?  Pesquisar uai, claro! Afinal, não dizem por ai que são as perguntas que movem o mundo? Foi então com essa interrogação martelando na cabeça que deparei-me com nesse manuscrito oficial, rabiscado à pena molhada no tinteiro borrado, datado do inicio do Século XX que enfim, respirei fundo e posso dizer que o sobrenome “MATTOS” também faz parte da história de nossa terra.

E essa resposta veio até mim como um alento de conquista como para quem busca algo e alcança. Conforme pode ser verificado na transcrição da certidão de óbito e na imagem digitalizada do documento aqui citado. Assim como esse, até porque já se passaram tanto tempo, alguns outros sobrenomes podem muito bem estar adormecidos nas valas empoeiradas do esquecimento.



Texto da Imagem:

“Aos vinte um dias do mês de março do ano de mil novecentos e vinte e três, neste Distrito de Santa Rita do Rio Pardo, Comarca de Três Lagoas, e Estado de Mato Grosso, em meu cartório compareceu Manoel da Costa Lima e declarou que no dia nove de outubro do ano de mil novecentos e vinte e dois, às vinte e quatro horas, na fazenda Três Barras deste distrito faleceu Tercilina Lima de Oliveira, brasileira, de cor branca, natural deste distrito com vinte e nove dias de idade, filha legitima de Jose da Costa Lima e de Dona Jeronyma de Oliveira Lima,  brasileiros criadores, domiciliados e residentes neste distrito. Foi vitima de fraqueza congênita, conforme atestado de Benedito Alves de Souza e Manoel Pequeno Mesquita, para digo que fica arquivado neste cartório. Para constar lavrei o presente termo que vai assinado pelo declarante e as testemunhas, João Alarindo de Freitas e Joaquim de Souza Mattos, (Oficial 1923 - 1928) eu Manoel Olegario de Almeida, oficial interino (1922 - 1923) do registro civil escrevi e assigno.”

Obs: Manoel da Costa Lima, o declarante da certidão era avô da falecida, portanto Pai de José da Costa Lima.
  
José da Costa Lima:
 * 2.2.1889, Fazenda Barro Preto, Campo Grande – MS
+ 23.12.1939, Fazenda Uerê, município de Campo Grande, atual Bataguassu – MS.  
Jerônyma de Oliveira Lima:

* 23.4.1891, Fazenda Barro Preto, Campo Grande – MS
+ 18.05.1977, Campinas - SP.

José da Costa Lima, conforme livro citado acima teve quatorze filhos:
1.     Taciano de Oliveira Lima
2.     Lucilia de Oliveira Lima
3.     Maria de Oliveira Lima
4.     Eugenia de Oliveira Lima
5.     Manoel de Oliveira Lima
6.     Tercília de Oliveira Lima
7.     Terciliana de Oliveira Lima
8.     Tercilina Lima de Oliveira
9.     Bartholino Lima de Oliveira
10.  Antonieta de Oliveira Lima
11.  Eunice Lima Trevisani
12.  Alice de Oliveira Lima
13.  Dirce de Oliveira Lima Cruz
14.  Nirce Lima Bosco



Fonte: Lima, Lygia (2011), Mato Grosso do Sul, O testemunho das famílias pioneiras. Campo Grande: Letra Livre. pag. 137

quarta-feira, 4 de abril de 2012

Primeira professora: Ruth Soillet de Oliveira Lima


  
Profª Ruth Soillet -  abraçando Manoel Vicente - centro da cidade
Foto colaboração Profº Antonio Arcanjo dos Santos

Ruth Soillet de Oliveira Lima, filha do Tenente Gabino Soillet e Hilda Palma Soillet ambos do Rio Grande do Sul, nasceu em 23 de Fevereiro de 1.926 em Campo Grande, estudou no colégio interno “Nossa Senhora Auxiliadora”, onde concluiu o ginásio em 1.943. Passou quatro meses fazendo curso com professores vindo de São Paulo. Em 1.944 prestou concurso para professora federal e, sendo aprovada, ficou em disponibilidade, chegando a nossas terras no mesmo ano.
Em dez de Maio de 1.947, Ruth se casa com Laurentino de Oliveira Lima, que pertencia a uma família tradicional de Mato Grosso. Foi morar na fazenda Rodeio, que era do senhor José Oliveira Lima e Eleonora M. de Lima. Ambos foram convidados para trabalharem em Xavantina. Ruth trabalhava como Professora e Laurentino como Exator.
O prefeito de Três Lagoas, Marcolino Carlos de Sousa (Jataí10 de abril de 1906 – Três Lagoas, ?) foi um pecuarista e político brasileiro, tendo sido prefeito de Três Lagoas. Filho de José Carlos de Queirós e de Maria Querubina da Luz casou-se com Diva Garcia de Sousa e teve um filho, Cláudio. Elegeu-se exercendo sua função de prefeito entre os anos de 1947 e 1951. Marcolino Carlos de Sousa instalou o serviço de abastecimento de água em Três Lagoas por meio de um empréstimo de Cr$2.000.444 (dois milhões e quatrocentos e quarenta e quatro cruzeiros) com a Caixa Econômica Federal, pagos durante vinte anos.
Foram, em sua administração, reparadas todas as escolas, assim como instalou-se uma nova escola municipal no bairro Aviação. Marcolino Carlos de Sousa foi o responsável, também, pela criação do Departamento Municipal de Estradas de Rodagem (DMER), com o fim de elaborar o Plano Rodoviário Municipal e permitir sua revisão periódica, assim como conservar as rodovias municipais.  
Mandou fazer a escola em nosso município que levou quatro meses para ficar pronta. Já de início foram matriculados 50 alunos, e com muita coragem, iniciaram uma nova vida e uma etapa importantíssima em nossa história.
Poderia contar muitas passagens da sua vida em Xavantina que lhes deram muitas alegrias. Muitas e excelentes são as lembranças que nosso povo tem da Professora Ruth e seu trabalho.
No ano de 1.964, a Professora Ruth e sua família mudam-se para Campo Grande para continuar os estudos dos filhos. Mesmo distante, nunca se esqueceu de nossa cidade.




quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Mato Grosso do Sul, o Testemunho da Saga de Famílias Pioneiras.





Lançado em 25/11/2011, às 19 horas, no Marco (Museu de Arte Contemporânea), o livro “Mato Grosso do Sul, o Testemunho da Saga de Famílias Pioneiras”, de autoria de Lygia Carriço de Oliveira Lima e organizado por sua filha, Eliane Carriço de Oliveira Lima.

Mato Grosso do Sul, o Testemunho da Saga de Famílias Pioneiras é uma genealogia de Francelina Garcia Leal e do desbravamento e povoamento da região centro-leste de Mato Grosso do Sul nos séculos XIX e XX. Trazendo histórias de vários descendentes, patriarcas, de algumas das 6 gerações seguintes, dentre as inúmeras famílias descendentes podemos citar: Rezende, Nogueira, Costa Lima, Garcia, Garcia Leal, Barbosa, Oliveira, Oliveira Lima, Mendonça, Lima, Carneiro, Ávila, Simioli, Pereira, Vieira, dentre inúmeras outras.

A história começa em 1875, com a vinda de Francelina de Santana de Parnaíba para a região de Campo Grande (recém fundada em 1872 por José Antônio Pereira), mais precisamente nas terras banhadas pelo Ribeirão Botas, a Fazenda Estrela, que seu falecido marido escolhera para se fixar com a família. Francelina é a primeira poetisa que se tem notícia em Mato Grosso do Sul.

A autora do livro, Lygia Carriço de Oliveira Lima, faleceu em 2008, deixando a obra praticamente pronta. Formada em História e Geografia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, veio para Campo Grande em 1950, acompanhando o marido.

Ávida por conhecer a história do Estado, inicia suas pesquisas nos arquivos do Rio de Janeiro, de Mato Grosso, Portugal e em Campo Grande. Foi professora de História na FUCMAT, hoje Universidade Católica Dom Bosco, diretora do Patrimônio Cultural da Secretaria de Estado de Cultura e membro do Instituto Histórico e Geográfico de Mato Grosso do Sul. Também escreveu diversos artigos publicados nos jornais de Campo Grande e recebeu o título de cidadã Sul-Mato-Grossense em 2005.

ADQUIRIR O LIVRO, ENVIAR EMAIL: eli.col@terra.com.br C/ELIANE 


Minhas considerações à Lygia Carriço de Oliveira Lima.


Não sou da família, é bem verdade, mas moro em Santa Rita do Pardo-MS, desde 1.977. Portanto tive a oportunidade de ouvir muito sobre nosso município e as pessoas corajosas que principiaram nossa história. Por ser apaixonado por literatura, os relatos orais antigos relativo ao nosso lugar me levou certa vez, em meados de 2.003/04, através do Arani, a falar ao telefone com a Lygia Carriço de Oliveira Lima.

Na verdade eu mais ouvi; tamanho o entusiasmo dela com seu projeto, da futura publicação, que infelizmente não teve tempo de autografar. É preciso muita dedicação, fôlego e acreditar no sonho para realizar façanha como essa. Pelo pouco conversei com ela, não foi nada fácil colher todos esses dados que resultaram nessa obra. Uma verdadeira odisseia, na essência da palavra. Meu contentamento fez-se muito grande de tê-la “conhecido” por telefone, e de ela ter partilhado comigo o seu grande sonho. "Um escritor trabalha para sonhar com os outros, melhorar o destino e viver vidas que não se pode viver." (Ángeles Mastretta).


Foi-se mais deixou um legado de dimensão imensurável para todo um estado. A Obra dela transcende qualquer conceito de particular e ganha o devido e merecido espaço na história nacional. Tamanho foi meu contentamento ao ler na mídia jornalística a noticia da publicação do livro. Não podia deixar de presenciar. Na ultima hora não deu para ir até Campo Grande, mas o livro veio até mim através do meu amigo, Arani, autografado pela filha da Lygia.


A capa ilustrada com uma grande árvore copada faz jus ao conteúdo, que é bem particular, mas os relatos escritos com realismo e sem firulas me prendeu do inicio ao final, praticamente sem descanso. E claro, parei uma vez ou outra para respirar.

José Mattos



quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Juvenil - maio 1981

Essa parede ai atrás ja não existe. É a parede do salão paroquial - onde acontecia as festas, bailes e os encontros do nosso grupo de jovens. Foto de 22 de maio de 1981. O Técnico desse time era nosso saudoso ZÉ LOPES.  
Em pé: Chicão, Zé Pezin, Nem, Zé Matias, Grilo, Zé Matos, Cassemiro, Zanca, Zé Carlos, Pedrinho, Chuca e Guim.  Hoje o Salão Paroquial não existe mais fisicamente, é claro. Mas continua vivo em nossas lembranças.

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Histórico: Três Lagoas - Santa Rita


Há séculos, antes da colonização pelo homem branco, vivia na região do leste sulmatogrossense, onde hoje se localiza a cidade de Três Lagoas, a tribo indígena dos Ofaié. Umgrupo indígena da família Macro-Jê, os Ofaié descendem da civilizações indígenas do Chaco, na Bolívia. Constituíam-se de coletores, caçadores e pescadores, e eram nômades nas terras localizadas entre os hoje denominados Rio Paraná e a Serra de Maracaju.

A partir do século XVIII, a região de Três Lagoas e seus habitantes, os Ofaié, passaram a sofrer com as visitas dos bandeirantes paulistas, em excursões para reconhecimento de território.

Já em 1829, uma expedição enviada por João da Silva Machado, Barão de Antonieta, e chefiada por Joaquim Francisco Lopes, visando a expansão dos campos de pecuária do vale do Rio São Francisco, atravessou o Rio Paraná e fez contato com os índios, que eram dóceis. Em 1830, foi a vez da bandeira de Januário Garcia Leal e outros sertanistas. Nessa mesma época, cria-se o arraial de Sete Fogos, hoje Paranaíba, ao norte da área de Três Lagoas, por José Garcia Leal, acompanhado de seus treze irmãos, suas respectivas famílias, empregados e escravos, fugindo de
perseguições políticas. Pecuaristas então se estabeleceram, de lá, até o Rio Sucuriú, ao sul.

Os nativos da tribo Ofaié, então, limitaram-se a viver entre o Rio Sucuriú, ao norte, onde se encontravam os pioneiros, e a região do Rio Verde, ao sul. De meados do século XIX em diante, bandeirantes paulistas, que aos poucos se tornavam fazendeiros pecuaristas fixos, atravessaram o Rio Sucuriú e se estabeleceram na região de Três Lagoas, perseguindo e escravizando os ameríndios nativos. Os Ofaié, que já eram nômades, afastaram-se da região onde se intersectam o Rio Sucuriú e o Rio Paraná, refugiando-se mais ao sul, entre a região do Rio Verde, onde hoje se encontra a cidade de Brasilândia, e a Serra de Maracaju.


Com a implantação das propriedades e a fixação dos marcos de posse, às margens dos rios, os paulistas demarcaram áreas extensas, de tal forma que logo encheram de grandes latifúndios a região, Rio Pardo a dentro, no rumo do Rio Vacaria e do Rio Brilhante, local que tiveram de abandonar momentaneamente com a Guerra do Paraguai. Com o fim dessa guerra, os sertanistas voltaram, reunindo o restante dos rebanhos e novos povoadores, que gradativamente foram espalhando-se pela margem dos ribeirões Palmito, Moeda, Piaba, Pombo, Campo Triste e Brioso.


Em 1880 os principais proprietários de terras da região eram João Ferreira de Melo e Januário Garcia Leal, este último remanescente das bandeiras de penetração no Córrego da Moeda e no Taquarussu.


Na segunda metade da década de 1880, chegaram à região de Três Lagoas Protázio Garcia Leal, neto de Januário Garcia Leal e que se instalou na região da Piaba, às margens do Rio Verde, e Antônio Trajano dos Santos, que se instalou na região que chamou de Fazenda das Alagoas, em razão das três grandes lagoas ali existentes. Destacaram-se, também, Necésio Ferreira de Melo, fundando uma propriedade agropastoril que denominou Piaba, em terras banhadas pelo Ribeirão Campo Triste; Antônio Ferreira Bueno, em Serrinha, hoje Garcias; Antônio Paulin.



Gentílico: treslagoense
Formação Administrativa

Distrito criado com a denominação de Três Lagoas, pela lei estadual nº 656, de 12-06-1914, subordinado ao município de Santana do Paranaíba. Elevado á categoria de vila com a denominação de Três Lagoas, pela lei estadual nº 706, de 15-06-1915, desmembrado do município Santana do Paranaíba. Constituído do distrito sede. Instalado em 08-08-1915.


Elevado à condição de cidade e sede do município com a denominação de Três Lagoas, pela resolução estadual nº 820, de 19-10-1920. Em divisão administrativa referente ao ano de 1933, o município é constituído do distrito sede.

Em divisões territoriais datadas de 31-XII-1936, o município aparece constituído de 6 distritos: Três Lagoas, Água Clara, Alto Sucuriú, Chavantina, Véstia, Vila dos Garcias.

Assim permanecendo no quadro fixado para vigorar no período de 1939-1943.
Pelo decreto-lei federal nº 2104, de 02-04-1940, o distrito de Vila dos Garcias passou a denominar-se simplesmente Garcias.

No quadro fixado para vigorar no período de 1944-1948, o distrito aparece grafado
Xavantina e permanece no município de Três Lagoas.
Em divisão territorial datada de 1-VII-1950, o município é constituído de 6 distritos: Três Lagoas, Água Clara, Alto Sucuriú,Garcias (ex-Vila dos Garcias), Xavantina (ex-Chavantina), Véstia.

Pela lei estadual nº 676, de 11-12-1953, desmembra do município de Três Lagoas os distritos de Água Clara e Alto Sucuriú, para constituir o novo município de água Clara. Em divisão territorial datada de 1-VII-1955, o município é constituído de 4 distritos: Três Lagoas, Garcias, Xavantina e Véstia. Assim permanecendo em divisão territorial datada de 1-VII-1960.  Pela lei estadual nº 1970, de 14-11-1963, o distrito de Xavantina foi transferido do município de Três Lagoas para o novo município de Brasilândia. Pela lei estadual nº 2067, de 14-12-1963, é criado o distrito de Arapuá e anexado ao município de Três Lagoas.


Pela lei estadual nº 2112, de 26-12-1963, é criado o distrito de Ilha Comprida e anexado ao município de Três Lagoas. Pela lei estadual nº 1307, de 28-11-1959, o distrito de Véstia tomou a denominação de Guadalupe do Alto Paraná. Em divisão territorial datada de 31-VII-1968, o município é constituído de 5 distritos: Três Lagoas, Arapuá, Garcias, Guadalupe do Alto Paraná (ex-Véstia) e Ilha Comprida.


Pela lei estadual nº 3737, de 04-06-1976, é criado o distrito de Selvíria com território do extinto distrito de Guadalupe do Alto Paraná anexado ao município de Três Lagoas. Em divisão territorial datada de 1-I-1979, o município é constituído de 5 distritos: Três Lagoas, Arapuá, Garcias, Ilha Comprida e Silvíria. Pela lei estadual nº 79, de 12-05-1980, desmembra do município de Três Lagoas o distrito de Silvíria. Elevado á categoria de município.

Em divisão territorial datada de 1-VII-1983, o município é constituído de 4 distritos: Três Lagoas, Arapuá, Garcias e Ilha Comprida. Pela lei nº , é criado o distrito de Guadalupe do Alto Paraná e anexado ao município de Três Lagoas.


Não existe legislação para este distrito.

Em divisão territorial datada de 1988, o município é constituído de 5 distritos: Três
Lagoas, Arapuá, Garcias, Guadalupe do Alto Paraná e Ilha Comprida. Assim permanecendo em divisão territorial datada 2009.

Histórico: Brasilândia - Santa Rita


As terras que atualmente constituem o município, pertenciam a Cia. Inglesa Brasil Land Cattle Co, que foram desapropriadas e incorporadas ao Patrimônio da União, nos anos de 1947 e 1948, pelo Exmo. Sr. General Eurico Gaspar Dutra, Presidente da República, sendo, na epóca, o Governador de Estado o Dr. Arnaldo Estevão Figueiredo. Parte dessa gleba foi adquirida por Arthur Hoffg e Alberto Mad, o primeiro fundador de Brasilândia. Foi elevada a distrito pela Lei nº 1.501, de 12.07.1961 e o município pela Lei nº 1.970, de 14.11.1963. Comemora-se, dia 25 de abril a data de sua emancipação política.

Gentílico: brasilandense
Formação Administrativa

Distrito criado com a denominação de Brasilândia, pela lei estadual nº 1510, de 12-07-1961, subordinado ao município de Três Lagoas. Elevado à categoria de município com a denominação de Brasilândia, pela lei estadual nº 1970, de 14-11-1963, desmembrado do município de Três Lagoas. Sede no atual distrito de Brasilândia. Constituído de 2 distritos: Brasilândia e Xavantina, ambos desmembrados do município de Três Lagoas. Instalado em 25-04-1965.

Em divisão territorial datada de 31-XII-1963, o município é constituído de 2 distritos: Brasilândia e Xavantina. Assim permanecendo em divisão territorial datada de 1-I-1979. Pela lei estadual nº 808, de 18-12-1987, desmembra do município de Brasilândia o distrito de Xavantina. Elevado à categoria de município com a denominação de Santa Rita do Pardo.

Em divisão territorial datada de 1988, o município é constituído do distrito sede. Até a presente datada não consta legislação para o distrito de Debrasa. Em divisão territorial datada de 1995, o município é constituído de 2 distritos: Brasilândia e Debrasa.

Assim permanecendo em divisão territorial datada de 2009.

Histórico: Santa Rita do Pardo

* * * * *
Santa Rita do Pardo
Mato Grosso do Sul - MS
Histórico
 
Em 18 de dezembro de 1987, pela Lei nº 808, foi criado o município de Santa Rita do Pardo, pelo então governador Marcelo Miranda Soares, ficando o mesmo pertencendo a comarca de Brasilândia.
Consta como um dos fundadores de Santa Rita do Pardo o Major Manoel Cecílio da Costa Lima que recebeu terras do estado na região em reconhecimento á bravura de ter aberto a estrada que liga Campo Grande á Bataguassu, trazendo uma embarcação que serviria para transpor o rio Paraná, ligando o estado de Mato Grosso do Sul á São Paulo. Ainda hoje seus descendentes possuem terras na região, que foi muito ocupada por fazendeiros do estado vizinho, que viram o potencial desta região, tão próxima de seu estado. Suas primeiras edificações foram uma redução jesuítica que data do século XVIII. Santa Rita do Pardo já se chamou Santa Rita do Rio Pardo, e Xavantina, sendo na época distrito de Brasilândia. Após a emancipação passou a ter o nome atual.
 
Formação Administrativa
 
Em divisões territoriais datadas de 31-XII-1936, figura no município de Três Lagoas o distrito de Chavantina.
 
No quadro fixado para vigorar no período de 1944-1948, o distrito aparece grafado Xavantina e permanece no município de Três Lagoas.
 
Assim permanecendo em divisão territorial datada de 1-VII-1960. Pela Lei Estadual nº 1970, de 14-11-1963, o distrito de Xavantina foi transferido do município de Três Lagoas para o novo município de Brasilândia. Em divisão territorial datada de 31-XII-1963, o distrito de Xavantina figura no município de Brasilândia. Assim permanecendo em divisão territorial datada de 1-VII-1983.
 
Elevado à categoria de município com a denominação de Santa Rita do Pardo, pela Lei Estadual nº 808, de 18-12-1987, desmembrado do município de Brasilândia.
 
Sede no atual distrito Santa Rita do Pardo (ex-Xavantina).
 
Constituído do distrito sede. Instalado em 01-01-1989.
 
Em divisão territorial datada de 1993, o município é constituído do distrito sede.
 
Assim permanecendo em divisão territorial datada de 2009.
 
 
Retificação de Grafia.
 
Chavantina para Xavantina teve sua grafia alterado em 1944-1948.
 
Transferência distrital Pela Lei Estadual nº 1970, de 14-11-1963, transfere o distrito de Xavantina do município de Três Lagoas para o novo município de Brasilândia.
 
Alteração toponímica distrital

Xavantina para Santa Rita do Pardo, alterado pela Lei Estadual nº 808, de 18-12-1987

terça-feira, 15 de novembro de 2011

Xavantina Futebol Clube






Isso aconteceu em novembro de 1.984, no campo onde hoje funciona a torre de telefonia da OI, ha 27 anos. em PÉ: João Carlos, Chuca, Luizinho, Toninho, Ericeu, Caçapava e Osmar Técnico. - Zé Matias, Irineu, Ilton, Zé Matos e Indio.  Bons tempos! Ah! ao fundo um cavalo pastando onde hoje é o hospital.

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Xavantina - Parte 01 - 1930

                    Por volta de 1.930, chega ao povoado de Santa Rita do Rio Pardo Manoel Cecílio da Costa Lima, também conhecido pelos nomes de “Major Cecílio” e “Coronel Cecílio”, Nascido no dia 8 de Outubro de 1.866 em Baús, Santana do Paranaíba (MT), filho de José da Costa Lima e Francelina Garcia Leal.  Apossou de muitas terras na região e exercia uma forte influência na localidade por ser um defensor dos índios e auxiliar as pessoas com cuidados de saúde, cuja experiência era adquirida com seus amigos médicos do Rio de Janeiro. Por zelar pelos seus recursos financeiros, instalou, por conta própria, estabelecimentos de ensino em suas fazendas. Também era conselheiro da população. Por tudo isso, o senhor Manoel Cecílio foi ganhando forças e se apossando de mais terras.
Procurando melhorar as condições locais e não obtendo sucessos nas tentativas, rompeu relações com o Prefeito de Três Lagoas e num ato de demonstração de forças, mudou o nome do Distrito até então Santa Rita do Rio Pardo para Xavantina em homenagem aos índios. Para esse ato, convocou alguns empregados, entre eles consta o nome do Senhor Luiz Vicente Ferreira, filho do Senhor Manoel Vicente Ferreira, que conviveu desde 1.908 junto a essa comunidade.
Após discursar seus motivos, Manoel Cecílio da Costa Lima determinou a afixação de um novo Cruzeiro como marco da nova denominação. Esse ato aconteceu pela manhã e, à tarde, precipitou uma pavorosa tempestade e o Cruzeiro foi atingido por um raio que o despedaçou; acreditando o povo que o fato ocorreu por haver sido tirado o nome da Santa da cidade.

terça-feira, 6 de setembro de 2011

Crônicas: O comércio e o gado chegam de canoa a Mato Grosso

Os primeiros bovinos que foram introduzidos em Mato Grosso fizeram esse roteiro. Eram quatro ou seis novilhas que vieram de canoa na monção de 1727. As canoas eram, em geral, inteiriças, feitas com um só tronco de árvore, medindo doze a treze metros de comprimento, por um metro e meio de diâmetro. As maiores chegavam a transportar até quatrocentas arrobas de carga (seis toneladas), além de 25 a 30 pessoas, entre as quais o piloto, o proeiro (que viajava na proa, à frente do barco) e seis remeiros.
Com o crescimento do comércio entre São Paulo e as povoações de Mato Grosso, surgiu a necessidade de racionalizar as expedições. As viagens passaram então a ser feitas em grandes comboios, apenas uma vez por ano. Essas frotas de comércio chegaram a abranger até quatrocentas canoas, onde ia tudo o que necessitavam os habitantes de Cuiabá, Vila Bela e demais povoações que iam surgindo em decorrência do trabalho de mineração: desde o sal, destinado à cozinha dos ricos e ao batizado dos pobres, até a seda para os dias de festa.
Aos práticos, pilotos e proeiros das monções deve-se a abertura das comunicações regulares entre Mato Grosso e Pará. O velho caminho fluvial prolongava-se, assim, penetrando pelos rios amazônicos. No início do século XIX, as monções começaram a se tomar mais raras. Sabe-se que as últimas ocorreram por volta de 1838.
Fonte: (http://hightechchat.reocities.com/CollegePark/plaza/4647/moncoes.html)

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Crônicas: Em busca do ouro de Cuiabá


Fonte: tonomundo.org.br
 O movimento das monções teve início em 1718, quando Pascoal Moreira Cabral descobriu ouro nas barrancas do rio Coxipó-Mirim, próximo ao sítio onde hoje se ergue a cidade de Cuiabá. Outros sertanistas que acorreram ao local descobriram novas jazidas, tomando-se a região um vasto campo de mineração. Assim, as primeiras monções corresponderam à corrida do ouro que se iniciou rumo à região do rio Cuiabá.

Atraídos pelo novo Eldorado, os habitantes de São Paulo largavam tudo o que possuíam seguindo viagem, por via fluvial, até Mato Grosso. Aos poucos, essas viagens foram-se tomando regulares e mais organizadas. Já não se tratava apenas de levar novos mineradores, mas de abastecer os que lá se encontravam. O roteiro das monções variou no tempo, mas o Tietê era sempre o começo de todas as viagens. Por ele chegava-se ao rio Paraná, de onde era possível alcançar outros cursos d'água, como o rio Pardo.
Após subir o RIO PARDO e entrar por outras correntes secundárias, a monção enfrentava a parte mais difícil da viagem: era necessário passar para algum dos afluentes do Paraguai. Essa travessia era feita por terra, pois as duas redes fluviais estão separadas por um divisor de águas, cujo ponto mais estreito tem duas léguas e meia (quinze quilômetros). Vencido esse obstáculo, era possível alcançar o Paraguai, subir o São Lourenço e, finalmente, o rio Cuiabá.

Nos trechos encachoeirados dos vários rios por onde se passava, todos desembarcavam e a tripulação tinha que abandonar a água e fazer o caminho por terra, arrastando as canoas ou puxando-as com cordas. De São Paulo a Mato Grosso, a monção levava, no mínimo, seis meses de viagem conforme relata SILVA, Paulo e FERREIRA, João, no livro: BREVE HISTÓRIA DE MATO GROSSO E SEUS MUNICIPIOS. (1994: 22)

“Em fins de 1726 chegou a Cuiaba, acompanhado de imensa comitiva, o Capitão General de São Paulo, Rodrigo Cesar de Menezes, numa viagem de seis meses pelos rios Tiete, Pardo, Coxim, Taquari, Paraguai, São Lourenço e Cuiaba. Trouxe consigo tropa, funcionários burocratas, comerciantes, padres, mineradores e aventureiros de toda a espécie, e ainda, um grande e providencial sortimento de gêneros e mantimentos.”

Crônicas: As monções em Mato Grosso

Para melhor compreendermos o passado de nosso município é preciso conhecer melhor a história de Mato Grosso do Sul, temos que imaginá-lo ainda geograficamente unido aos estados de Mato Grosso e Rondônia, tal como ele era quando se criou a Capitania de Mato Grosso em 1748. Imaginando-o como um todo, como um imenso e uno território colonial português, poderemos entender melhor os fatos passados, as datas e os personagens desta terra matogrossense.

A bem da verdade, a história de Mato Grosso iniciou-se ainda no século XVI, cerca de 1524  para uns ou 1525 para outros pesquisadores, quando o português Aleixo Garcia, acompanhado tão somente de mais quatro homens brancos a algumas centenas de índios, saindo de Santa Catarina, no litoral brasileiro, atravessou inteiramente a faixa compreendida entre o oceano Atlântico e o rio Paraná, penetrou território mato-grossense a partir da travessia desse rio, seguindo bordejando a serra de Maracaju até o rio Paraguai, chegou aos autos morros onde seria séculos depois a cidade de Corumbá.  Aleixo Garcia tornou-se o primeiro homem branco europeu a pisar terras mato-grossenses.

Por essa época iniciou-se o ciclo das Bandeiras a partir de São Paulo, com as incursões dos primeiros bandeirantes paulistas, que adentraram pelos sertões  capturando índios para servires de mãos de obra escrava nas Capitanias do litoral. Dentre sucessivas levas paulistas predadores de índios, destacou-se a figura de Antônio Raposo Tavares que, em 1648, conseguiu completar o aniquilamento das missões dos Itatins, bem como destruir completamente a Vila de Santiago de Xerez. Assim expulsando definitivamente os espanhóis do território mato-grossense, proporcionou Raposo Tavares o inicio e a abertura plena para uma penetração paulista nessa imensa área geográfica e ainda a consolidação do fato de um posterior Mato grosso inteiramente português.

 Quando as bandeiras começaram a declinar, a marcha para oeste passou a assumir outras formas. Utilizando o curso dos rios, as viagens tornaram-se mais regulares e com destino conhecido. A esse movimento, que se iniciou na segunda década do século XVIII, dá-se o nome de monções. O termo é aqui aplicado impropriamente. Em seu sentido original, as monções indicam o regime alternado de ventos, que determina as épocas propícias à navegação. No Brasil do século XVIII, porém, passou a se conhecer por monção a estação adequada para as viagens fluviais, o que nada tem a ver com ventos, mas sim com as cheias ou vazantes dos rios. Livro “breve história de mato grosso e seus municípios, pag 15”

UFC - União Futebol Clube - Março/1992 - Estádio Muncipal Joauim Candido da Silva - Brasilândia/MS

  Em pé: Indio, Valter Branco, Zé de Mattos, Zé Carlos, Vander Qauio, Pedrinho, Chicão. João Carlos e Salomé. Abaixados: Nivaldo , Valter Gr...