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sábado, 1 de agosto de 2020

Comitiva Boiadeira Parte 2

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Comitiva Boiadeira - Parte 1


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Comitiva Boiadeira Parte 3

Amigo Zé Pezinho.


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segunda-feira, 12 de janeiro de 2015

O escritor José Mattos lança livro pela Editora Protexto

O escritor José Mattos lança pela Editora Protexto...

CROA CERRADA


Vem à luz um inusitado volume de contos – dezenove histórias – a revelar que os recursos da grande literatura são inesgotáveis. É o que podemos verificar em CROA CERRADA, de José Mattos. Entre o realismo mais brutal e um fantástico que nos lembra o clássico argentino Horácio Quiroga (1878-1937), transita o autor e suas narrativas. Por vezes um mundo naturalista, praticamente uma selva lá e cá habitada, por vezes alusões a sortilégios de famílias amaldiçoadas, seja por algo do mundo natural ou pelo que parece alucinação mas não é.

Romancista, contista e poeta, Mattos surpreende também com sua linguagem, entre a prosa e a poesia, carregada de imagens evocativas, entre o primitivo e o mágico. Nos sentimos penetrando em outro mundo, no qual cenário e palavra nos surpreendem e emocionam.

Bastaria esse estilo expressivo com que os contos se apresentam para nos levar ao fascínio. Mas, contista legítimo, o autor não perde de vista que apesar da exuberância de sua linguagem, ele tem uma trama a conduzir e levá-la até um desfecho diante de um leitor provavelmente estupefato. É o que se prevê nessas quase duas dezenas de narrativas, o que elas trazem à nova, uma espécie de mundo reinaugurado.

Um livro, em síntese, onde contos de um mundo bruto coabitam com um mundo onírico, prestes a nos escapar do sonho e amanhecer em torno de nós, assim que a manhã nos abra os olhos para um real tão selvagem quanto misterioso.

José Mattos é natural de Cornélio Procópio – PR, nascido em 5 de maio de 1964. Funcionário público municipal desde 1993. Tem licenciatura plena em Letras. Foi um dos pioneiros radialistas da emissora Vale do Pardo, e desde cedo mantém um caso de paixão com a literatura, que até hoje faz parte do seu cotidiano, como uma tentativa de ver o avesso do mundo. Inédito, tem ainda o romance A queimada, finalista do Prêmio SESC/2010. Atualmente trabalha em novo romance com o título provisório de O inferno fica perto, entre outros projetos. Reside em Santa Rita do Pardo – MS, desde que era Xavantina.


Ficha Técnica

Gênero:
Contos
Autor:
Titulo:
Croa Cerrada
ISBN:
9788578285302
Assunto:
Contos
Espec. Gráfica:
Brochura 14cm x 21cm. Interior em papel offset 90g. Capa a cores em cartão especial 250g com laminação fosca. Selo de responsabilidade ambiental por utilizar somente papéis provenientes de reflorestamento.
Nº Páginas:
104
Peso:
175 gramas
Largura:
14,0 cm   Altura: 21,0 cm
Preço:
R$ 25,00(À Vista)
Observações
Ano Publicação: 2014
Editora Protexto:



quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

A gente não morre. Fica encantado


Noite estrelada- Van Gogh

Em 1963, João Guimarães Rosa era eleito para a Academia Brasileira de Letras. Contudo, recusou-se a tomar posse, pois pressentia que, se o fizesse, iria morrer. Premonição? Acaso? Nunca saberemos. Pelo menos nesta vida. Em 16 de novembro de 1967 aceitou, finalmente, assumir a sua cadeira na Academia. Em seu discurso de posse disse: “A gente não morre. Fica encantado.” Três dias depois, em 19 de novembro de 1967, teve um enfarto fulminante, vindo a falecer. O médico, o embaixador, o escritor que revolucionou a literatura brasileira, se encantou. Seu livro mais conhecido, e com certeza o mais importante, faz 50 anos: “Grande Sertão: Veredas”.

Nele encontramos inúmeras passagens onde a transcendência, que aflorava na alma do homem Guimarães Rosa é frequentemente exaltada. O diabo, figuração do mal, recebe quase uma centena de nomes, na contagem feita pelo nosso confrade, Marco Aurélio Baggio, e confirmada pelo outro confrade, José de Souza Andrade Filho, no livro do primeiro, com prefácio do segundo: “Um abreviado do Grande Sertão: Veredas”.

Mas a relação vida e morte está presente em todo o texto de Guimarães Rosa.  “Viver é muito perigoso!” afirma pela boca de Riobaldo em algumas dezenas de vezes que não cheguei a contar. Viver é realmente muito perigoso. Talvez porque, como ele também afirmava, “A morte de cada um já está em edital”. Não diz se é com hora e data marcadas, mas com a certeza de que acontecerá. Não há vida sem morte. Nem mesmo com a decantada imortalidade acadêmica…

Contudo, a morte tem hora marcada. Não na cronologia dos calendários, mas na realidade dessa relação inseparável: vida e morte.  Morto não morre. A vida é indispensável para o morrer. Ora, vivo já não estou ontem. Para o ontem, já morri. E o amanhã, ainda não veio, portanto, nele ainda não vivo. Só agora, no tempo presente, vivo realmente. Portanto, agora é a única hora em que posso morrer, pois é a única hora em que vivo estou. Por isso mesmo, “viver é muito perigoso!” Cada instante em que vivo, pode ser o instante da minha morte. Daí a imperiosa necessidade de valorizá-lo plenamente.

Baggio destaca o necessário para se viver, no pensamento de Riobaldo – Guimarães Rosa – o necessário para atravessar o rio da vida, como ele diz: “a coragem, a alegria, o amor, a reza, o fazer, o contar, enfim o viver”. Para viver, é preciso viver. É preciso coragem para levantar em cada amanhecer. É preciso alegria para descobrir o sol, mesmo que as nuvens o estejam ocultando. É preciso o amor, caminho de duas vias onde só se ama quando se é amado. E só se ama quando se entrega confiante nas mãos do amado, da amada.

reza é necessária, pois é o ato de humildade que nos aproxima de Deus. E sem a humildade só existe a soberba, com a soberba não existe vida em plenitude. É preciso fazer, pois quem faz escreve a sua história e não deixa para os outros essa tarefa que é somente sua. É preciso contar, pois contando compartilhamos a vida e a vida só existe se compartilhada. O homem não foi feito para ser só e a solidão somente acaba quando podemos compartilhar o que fazemos e o que sentimos. Para viver, repetimos, é realmente necessário viver.

Na plenitude do que isso significa. Afinal, há os que estão vivos – mortos. Vegetam. Passam pela vida sem a ter vivido, e por isso estão permanentemente mortos. Para esses, a morte é banal.  São os jagunços de ontem, os pistoleiros de hoje. Dizia Riobaldo em sua iniciação: “Eu tinha de obedecer a ele, fazer o que mandasse. Mandava matar. Meu querer não correspondia ali, por conta nenhuma. Eu nem conhecia aqueles inimigos, tinha raiva nenhuma deles”. Mas matava, pois a vida era nada.

O tempo passa, algumas coisas vão pela maturação. Na intemporalidade do Grande Sertão, símbolo da existência, existem veredas. Veredas, que são caminho estreito, locais férteis para plantar e colher, onde os buritis crescem e se tornam marcos de vida. Veredas, oásis que preservam a vida, que ensinam para a vida.

Pelas veredas em que Riobaldo passa, sementes vão sendo plantadas, uma vida vai sendo construída. Entre balas e sangue, entre silêncio e prosa, entre lutas e repouso. Os olhos verdes de Diadorim iluminam o seu caminho, mesmo na ambigüidade conflitante de seus sentimentos. Diadorim homem, Diadorim mulher, revelação e libertação, que só a morte, no final lhe traz.

E Riobaldo descobre a impermanência: “Tempo é a vida da morte: imperfeição” A morte necessita do tempo para acontecer. Sem o tempo, a morte morre. A eternidade é o não tempo e nela a morte não existe. É a vida eterna. Aqui é o espaço, é o tempo. É a imperfeição. Onde existe o espaço e o tempo, nada é perfeito. Tudo começa, tudo acaba. É a impermanência permeando tudo. Só após a morte, tudo permanece. É a perfeição.


E Riobaldo descobre Deus: “Como não ter Deus? Com Deus existindo, tudo dá esperança: sempre um milagre é possível o mundo se resolve. Mas, se não tem Deus, há-de a gente perdidos no vai-vem, e a vida é burra. É o aberto perigo das grandes e pequenas horas, não se podendo facilitar – é todos contra os acasos. Tendo Deus, é menos grave se descuidar um pouquinho, pois, no fim dá certo. Mas, se não tem Deus, então a gente não tem licença de coisa nenhuma!

E mais à frente, afirma: “Mas eu hoje em dia acho que Deus é alegria e coragem – que Ele é bondade adiante, quero dizer.” Descobrindo Deus, descobre o perdão, essencial a uma vida de paz interior: E o faz pelo ensinamento de Zé Bebelo: “Que a gente carece de fingir às vezes que raiva tem, mas raiva mesma nunca se deve de tolerar de ter. Porque, quando se curte raiva de alguém, é a mesma coisa que se autorizar que essa própria pessoa passe durante o tempo governando a ideia e o sentir da gente; o que isso era falta de soberania, e farta bobice, e fato é”.

Aprende que não se deve deixar que os outros escrevam a sua história. Somente a ele cabe fazê-lo. Pelo Grande Sertão, que é a existência, Guimarães Rosa, por seus personagens vai trilhando a Vereda, também caminho estreito – afinal, estreita é a porta anunciada para o Paraíso – faz dela a orientação de sua vida e, poucos dias antes de se encantar, revela aquilo em que cria: “A gente não morre. Fica encantado”.
Evaldo A. D´Assumpção 
(*) – Texto apresentado no Encontro Médico Literário Nacional com Guimarães Rosa, em Cordisburgo, MG, de 13 a 16 de julho de 2006. Promovido pela SOBRAMES – Sociedade Brasileira de Médicos Escritores, regional MG com o apoio da Academia Mineira de Medicina.

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

O olhar de Verissimo sobre o BBB

Que me perdoem os ávidos telespectadores do Big Brother Brasil (BBB), produzido e organizado pela nossa distinta Rede Globo, mas conseguimos chegar ao fundo do poço. A nova edição do BBB é uma síntese do que há de pior na TV brasileira. Chega a ser difícil encontrar as palavras adequadas para qualificar tamanho atentado à nossa modesta inteligência. Dizem que Roma, um dos maiores impérios que o mundo conheceu, teve seu fim marcado pela depravação dos valores morais do seu povo, principalmente pela banalização do sexo. O BBB  é a pura e suprema banalização do sexo.
Luis Fernando Veríssimo 
É cronista e escritor brasileiro
Impossível assistir ver este programa ao lado dos filhos. Gays, lésbicas, heteros...todos na mesma casa, a casa dos “heróis”, como são chamados por Pedro Bial. Não tenho nada contra gays, acho que cada um faz da vida o que quer, mas sou contra safadeza ao vivo na TV, seja entre homossexuais ou heterossexuais. O BBB  é a realidade em busca do IBOPE.
  

Veja como Pedro Bial tratou os participantes do BBB . Ele prometeu um “zoológico humano divertido” . Não sei se será divertido, mas parece bem variado na sua mistura de clichês e figuras típicas. 
Pergunto-me, por exemplo, como um jornalista, documentarista e escritor como Pedro Bial que, faça-se justiça, cobriu a Queda do Muro de Berlim, se submete a ser apresentador de um programa desse nível. Em um e-mail que recebi há pouco tempo, Bial escreve maravilhosamente bem sobre a perda do humorista Bussunda referindo-se à pena de se morrer tão cedoEu gostaria de perguntar se ele não pensa que esse programa é a morte da cultura, de valores e princípios, da moral, da ética e da dignidade. 

Outro dia, durante o intervalo de uma programação da Globo, um outro repórter acéfalo do BBB disse que, para ganhar o prêmio de um milhão e meio de reais, um Big Brother tem um caminho árduo pela frente, chamando-os de heróis. Caminho árduo? Heróis? São esses nossos exemplos de heróis? Caminho árduo para mim é aquele percorrido por milhões de brasileiros, profissionais da saúde, professores da rede pública (aliás, todos os professores) , carteiros, lixeiros e tantos outros trabalhadores incansáveis que, diariamente, passam horas exercendo suas funções com dedicação, competência e amor e quase sempre são mal remunerados. 
Heróis são milhares de brasileiros que sequer tem um prato de comida por dia e um colchão decente para dormir, e conseguem sobreviver a isso todo dia. 

Heróis são crianças e adultos que lutam contra doenças complicadíssimas porque não tiveram chance de ter uma vida mais saudável e digna. Heróis são inúmeras pessoas
entidades sociais e beneficentes, Ongs, voluntários, igrejas e hospitais que se dedicam ao cuidado de carentes, doentes e necessitados (vamos lembrar de nossa eterna heroínaZilda Arns). 


Heróis são aqueles que, apesar de ganharem um salário mínimo, pagam suas contas, restando apenas dezesseis reais para alimentação, como mostrado em outra reportagem apresentada meses atrás pela própria Rede Globo. 


O Big Brother Brasil não é um programa cultural, nem educativo, não acrescenta informações e conhecimentos intelectuais aos telespectadores, nem aos participantes, e não há qualquer outro estímulo como, por exemplo, o incentivo ao esporte, à música, à criatividade ou ao ensino de conceitos como valor, ética, trabalho e moral. São apenas
pessoas que se prestam a comer, beber, tomar sol, fofocar, dormir e agir estupidamente para que, ao final do programa, o “escolhido” receba um milhão e meio de reais. E ai vem algum psicólogo de vanguarda e me diz que o BBB ajuda a "entender o comportamento humano". Ah, tenha dó!!!
Veja o que está por de tra$$$$$$$$$ $$$$$$$ do BBB: José Neumani da Rádio Jovem Pan, fez um cálculo de que se vinte e nove milhões de pessoas ligarem a cada paredão, com o custo da ligação a trinta centavos, a Rede Globo e a Telefônica arrecadam oito milhões e setecentos mil reaisEu vou repetir: oito milhões e setecentos mil reais a cada paredão. 

Já imaginaram quanto poderia ser feito com essa quantia se fosse dedicada a programas de inclusão social, moradia, alimentação, ensino e saúde de muitos brasileiros? (Poderia ser feito mais de 520 casas populares; ou comprar mais de 5.000 computadores) 

Essas palavras não são de revolta ou protesto, mas de vergonha e indignação, por ver tamanha aberração ter milhões de telespectadores. Em vez de assistir ao BBB, que tal ler um livro, um poema de Mário Quintana ou de Neruda ou qualquer outra coisa..., ir ao cinema...., estudar... , ouvir boa música..., cuidar das flores e jardins... , telefonar para um amigo... , ·visitar os avós... , pescar..., brincar com as crianças... , namorar... ou simplesmente dormir. Assistir ao BBB é ajudar a Globo a ganhar rios de dinheiro e destruir o que ainda resta dos valores sobre os quais foi construído nossa sociedade.

terça-feira, 3 de janeiro de 2012

2012: ano de Resistência e de Resiliência



2012: ano de Resistência e de Resiliência
                                                               Leonardo Boff – Petrópolis, RJ
Os cenários da situação da humanidade, especialmente nos países centrais, são perturbadores. As crises escondem grande padecimento humano, especialmente dos mais vulneráveis dos quais quase ninguém fala.
Face a esta situação devemos resistir e viver a resiliência, vale dizer, aquela atitude de enfrentar com destemor os problemas, dar a volta por cima e aprender dos revezes da vida, pessoal e coletiva. Isso se impõe se a crise geral atingir também nosso pais, o que não é impossível. O importante é não se resignar mas manter a vontade de mudar e crescer. Neste contexto, lembrei-me de um mito antigo da área mediterrânea da Europa por mim já referido em outros escritos.
De tempos em tempos, reza o mito, a águia, como a fênix egípcia, se renova totalmente. Ela voa cada vez mais alto até chegar próxima ao sol. Então as penas se incendeiam e ela toda começa a arder. Quando chega a este ponto, se precipita do céu e se lança qual flecha nas águas frias do lago. Através desta experiência de fogo e de água, a velha águia rejuvenesce totalmente. Volta a ter penas novas, garras afiadas, olhos penetrantes e o vigor da juventude. Seguramente este mito subjaz ao salmo 103 onde se diz:”O Senhor faz com que minha juventude se renove como uma águia”.
Fogo e água são opostos. Mas quando unidos, se fazem poderosos símbolos de transformação. Segundo a psicologia do profundo de C. G. Jung, o fogo simboliza o céu, a consciência e as dimensões masculinas no homem e na mulher. A água, ao contrário, a terra, o inconsciente e as dimensões femininas no homem e na mulher. Passar pelo fogo e pela água significa, portanto, integrar em si os opostos e crescer na identidade pessoal. Ninguém ao passar pelo fogo ou pela água permanece intocado. Ou sucumbe ou se transfigura, porque a água lava e o fogo purifica.
A água nos faz pensar também nas grandes enchentes que temos assistido, estarrecidos, em janeiro de 2011 nas cidades serranas do Estado do Rio, especificamente na minha na qual vivo, Petrópolis. Assistimos aqui a um verdadeiro tsunami que carregou tudo que estava pela frente, matando centenas de pessoas e deixando um sem número de desabrigados. São tragédias, evitáveis mas que acontecem e que devemos enfrentá-las com coragem. O fogo nos faz imaginar as fornalhas que queimam e acrisolam tudo o que não é essencial, deixando ouro ou o ferro puros. São as notórias crises existenciais. Ao fazermos esta travessia dolorosa e purificadora, deixamos aflorar o nosso eu profundo. Então amadurecemos para aquilo que é autenticamente humano. Quem recebe o batismo de fogo e de água rejuvenesce como a águia do mito antigo.
Mas indo diretamente ao assunto: que significa concretamente rejuvenescer como águia? Significa entregar à morte tudo aquilo que de velho existe em nós para que o novo possa irromper e ser integrado. O velho em nós são os hábitos e as atitudes que não nos engrandecem, como a falta de solidariedade para com os pobres, as palavras duras para com os familiares, a vontade de ter razão em tudo, o descuido para com o lixo, o desperdício da água e nossa surdez face ao que a natureza nos quer dizer. Tudo isso deve ser entregue à morte para podermos inaugurar uma forma sustentada de convivência entre os humanos e com os demais seres da criação. Numa palavra, significa morrer para ressuscitar.
Rejuvenescer como águia significa também desprender-se de coisas que um dia foram boas e de idéias que foram luminosas mas que lentamente se tornaram ultrapassadas e incapazes de inspirar o caminho da vida.
Rejuvenescer como águia significa ter coragem para recomeçar e estar sempre aberto a escutar, a aprender e a revisar. Em outras palavras, viver concretamente a resiliência. Não é isso que nos propomos cada ano?
Que o ano de 2012 que acaba de se inaugurar, seja oportunidade de perguntar o quanto de galinha existe em nós que não quer outra coisa senão ciscar o chão ou o quanto de águia ainda há em nós, disposta a rejuvenescer, a desenvolver resiliência e a confrontar-se corajosamente com os tropeços e as crises da vida.
Fonte: http://leonardoboff.wordpress.com/2012/01/03/2012-ano-de-resistencia-e-de-resiliencia/

UFC - União Futebol Clube - Março/1992 - Estádio Muncipal Joauim Candido da Silva - Brasilândia/MS

  Em pé: Indio, Valter Branco, Zé de Mattos, Zé Carlos, Vander Qauio, Pedrinho, Chicão. João Carlos e Salomé. Abaixados: Nivaldo , Valter Gr...