segunda-feira, 28 de novembro de 2011

H Romeu

Não me lembro bem essa época, mas acredito que seja entre 1.996 - 2.000. Veja se você se encontra no meio desse bolo de sete couro. Era nas fases em que os carnavais aconteciam nos salões com disputa entre os blocos carnavalescos. Aqui em Santa Rita do Pardo - MS, tínhamos os blocos Sem Preconceito, Tereré e H Romeu - uma pegadinha ortográfica (agarra o meu...) Um dos idealizadores do Bloco era o Paulo da Farmácia. Fomos campeões em bloco, individuais, tivemos princesas... Bons tempos.


sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Zé Lopes a Tuca

Novembro de 1981 - em frente ao posto, restaurante e hotel Lisboa. Lado a lado e com as pernas trocadas os dois primeiros técnicos e os mais porretas da minha carreira de atleta. Aquele time (foto postada recentemente aqui) do Juvenil foi montado pelo nosso saudoso Zé Lopes, e deu muito trabalho para os times de marmanjos nos torneios e campeonatos da região. Segundo ele mesmo dizia, jogou muita bola no Ferroviária de Araraquara ao  lado de não menos que Bazani entre outras feras:

"O Bazzani é uma verdadeira lenda na Ferroviária. Um cidadão acima de qualquer suspeita e de uma integridade enorme, tanto como homem ou jogador. Viajei todo o Brasil e, em todos os lugares, inclusive no exterior, o pessoal sempre comentava que o Bazzani levava uma imagem de um time organizado e de profissionais sérios liderados por ele", contou o jornalista e locutor esportivo Wilson Luiz. Em 1962, Bazzani foi negociado com o Sport Club Corinthians Paulista. A transação foi considerada a maior do futebol paulista na época.

Tenho pessoalmente um carinho grande por ele. Além de técnico sempre foi um grande amigo e companheiro nas colheitas de algodão na fazenda Taboca e região. Ele ja passado dos Cinquenta, eu depois dos dez e antes dos quinze. Conversavamos o dia inteiro sobre futebol. Era seu tema preferido. Contava que na época em que o Bazani foi vendido ao Corinthians, era para ter sido ele mas uma contusão mudou seu destino.

 Sempre muito humilde e sem familiares em nossa região. Ao menos é o que me lembro. Iamos e voltavamos curvados sobre as ruas de algodão e arrastando os "buchos" amarrados na cintura. Ouvi muitos conselhos. Ele gostava muito de orientar a garotada. Uma grande figura - que esteja em paz onde estiver.
O Tuca comandava o time do UNIÃO F.C. e jogava também como volante à estilo Toninho Cerezo na bola e à la Chicão nas pancadas.  Nessa época tinha sua casa onde hoje mora o Sérgio Braghim. Na frente tinha um gigantesco pé de santa bárbara que sombreava todo o terreiro.
Toninho "Prexeca", foi outra figura que nosso esporte não pode esquecer jamais. Amava futebol e bancava dois times na cidade: Operário e Comercial - imitando os dois clubes de Campo Grande - hoje capital do estado. Várias vezes levou os dois times para jogos longe de Xavantina como, Prudente, Dracena, entre outras cidades da região do Oeste paulista. Bancava de tudo, desde chuteriras até alimentação nas viagens. Locava ônibus com ar condicionado e se divertia com os caipiras assustados com as novidades. Era sua recompensa.
Esse ilustre que aconpanha os três ai não recordo o nome. Quem souber o seu paradeiro ganha um doce de batata doce.

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Juvenil - maio 1981

Essa parede ai atrás ja não existe. É a parede do salão paroquial - onde acontecia as festas, bailes e os encontros do nosso grupo de jovens. Foto de 22 de maio de 1981. O Técnico desse time era nosso saudoso ZÉ LOPES.  
Em pé: Chicão, Zé Pezin, Nem, Zé Matias, Grilo, Zé Matos, Cassemiro, Zanca, Zé Carlos, Pedrinho, Chuca e Guim.  Hoje o Salão Paroquial não existe mais fisicamente, é claro. Mas continua vivo em nossas lembranças.

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Histórico: Três Lagoas - Santa Rita


Há séculos, antes da colonização pelo homem branco, vivia na região do leste sulmatogrossense, onde hoje se localiza a cidade de Três Lagoas, a tribo indígena dos Ofaié. Umgrupo indígena da família Macro-Jê, os Ofaié descendem da civilizações indígenas do Chaco, na Bolívia. Constituíam-se de coletores, caçadores e pescadores, e eram nômades nas terras localizadas entre os hoje denominados Rio Paraná e a Serra de Maracaju.

A partir do século XVIII, a região de Três Lagoas e seus habitantes, os Ofaié, passaram a sofrer com as visitas dos bandeirantes paulistas, em excursões para reconhecimento de território.

Já em 1829, uma expedição enviada por João da Silva Machado, Barão de Antonieta, e chefiada por Joaquim Francisco Lopes, visando a expansão dos campos de pecuária do vale do Rio São Francisco, atravessou o Rio Paraná e fez contato com os índios, que eram dóceis. Em 1830, foi a vez da bandeira de Januário Garcia Leal e outros sertanistas. Nessa mesma época, cria-se o arraial de Sete Fogos, hoje Paranaíba, ao norte da área de Três Lagoas, por José Garcia Leal, acompanhado de seus treze irmãos, suas respectivas famílias, empregados e escravos, fugindo de
perseguições políticas. Pecuaristas então se estabeleceram, de lá, até o Rio Sucuriú, ao sul.

Os nativos da tribo Ofaié, então, limitaram-se a viver entre o Rio Sucuriú, ao norte, onde se encontravam os pioneiros, e a região do Rio Verde, ao sul. De meados do século XIX em diante, bandeirantes paulistas, que aos poucos se tornavam fazendeiros pecuaristas fixos, atravessaram o Rio Sucuriú e se estabeleceram na região de Três Lagoas, perseguindo e escravizando os ameríndios nativos. Os Ofaié, que já eram nômades, afastaram-se da região onde se intersectam o Rio Sucuriú e o Rio Paraná, refugiando-se mais ao sul, entre a região do Rio Verde, onde hoje se encontra a cidade de Brasilândia, e a Serra de Maracaju.


Com a implantação das propriedades e a fixação dos marcos de posse, às margens dos rios, os paulistas demarcaram áreas extensas, de tal forma que logo encheram de grandes latifúndios a região, Rio Pardo a dentro, no rumo do Rio Vacaria e do Rio Brilhante, local que tiveram de abandonar momentaneamente com a Guerra do Paraguai. Com o fim dessa guerra, os sertanistas voltaram, reunindo o restante dos rebanhos e novos povoadores, que gradativamente foram espalhando-se pela margem dos ribeirões Palmito, Moeda, Piaba, Pombo, Campo Triste e Brioso.


Em 1880 os principais proprietários de terras da região eram João Ferreira de Melo e Januário Garcia Leal, este último remanescente das bandeiras de penetração no Córrego da Moeda e no Taquarussu.


Na segunda metade da década de 1880, chegaram à região de Três Lagoas Protázio Garcia Leal, neto de Januário Garcia Leal e que se instalou na região da Piaba, às margens do Rio Verde, e Antônio Trajano dos Santos, que se instalou na região que chamou de Fazenda das Alagoas, em razão das três grandes lagoas ali existentes. Destacaram-se, também, Necésio Ferreira de Melo, fundando uma propriedade agropastoril que denominou Piaba, em terras banhadas pelo Ribeirão Campo Triste; Antônio Ferreira Bueno, em Serrinha, hoje Garcias; Antônio Paulin.



Gentílico: treslagoense
Formação Administrativa

Distrito criado com a denominação de Três Lagoas, pela lei estadual nº 656, de 12-06-1914, subordinado ao município de Santana do Paranaíba. Elevado á categoria de vila com a denominação de Três Lagoas, pela lei estadual nº 706, de 15-06-1915, desmembrado do município Santana do Paranaíba. Constituído do distrito sede. Instalado em 08-08-1915.


Elevado à condição de cidade e sede do município com a denominação de Três Lagoas, pela resolução estadual nº 820, de 19-10-1920. Em divisão administrativa referente ao ano de 1933, o município é constituído do distrito sede.

Em divisões territoriais datadas de 31-XII-1936, o município aparece constituído de 6 distritos: Três Lagoas, Água Clara, Alto Sucuriú, Chavantina, Véstia, Vila dos Garcias.

Assim permanecendo no quadro fixado para vigorar no período de 1939-1943.
Pelo decreto-lei federal nº 2104, de 02-04-1940, o distrito de Vila dos Garcias passou a denominar-se simplesmente Garcias.

No quadro fixado para vigorar no período de 1944-1948, o distrito aparece grafado
Xavantina e permanece no município de Três Lagoas.
Em divisão territorial datada de 1-VII-1950, o município é constituído de 6 distritos: Três Lagoas, Água Clara, Alto Sucuriú,Garcias (ex-Vila dos Garcias), Xavantina (ex-Chavantina), Véstia.

Pela lei estadual nº 676, de 11-12-1953, desmembra do município de Três Lagoas os distritos de Água Clara e Alto Sucuriú, para constituir o novo município de água Clara. Em divisão territorial datada de 1-VII-1955, o município é constituído de 4 distritos: Três Lagoas, Garcias, Xavantina e Véstia. Assim permanecendo em divisão territorial datada de 1-VII-1960.  Pela lei estadual nº 1970, de 14-11-1963, o distrito de Xavantina foi transferido do município de Três Lagoas para o novo município de Brasilândia. Pela lei estadual nº 2067, de 14-12-1963, é criado o distrito de Arapuá e anexado ao município de Três Lagoas.


Pela lei estadual nº 2112, de 26-12-1963, é criado o distrito de Ilha Comprida e anexado ao município de Três Lagoas. Pela lei estadual nº 1307, de 28-11-1959, o distrito de Véstia tomou a denominação de Guadalupe do Alto Paraná. Em divisão territorial datada de 31-VII-1968, o município é constituído de 5 distritos: Três Lagoas, Arapuá, Garcias, Guadalupe do Alto Paraná (ex-Véstia) e Ilha Comprida.


Pela lei estadual nº 3737, de 04-06-1976, é criado o distrito de Selvíria com território do extinto distrito de Guadalupe do Alto Paraná anexado ao município de Três Lagoas. Em divisão territorial datada de 1-I-1979, o município é constituído de 5 distritos: Três Lagoas, Arapuá, Garcias, Ilha Comprida e Silvíria. Pela lei estadual nº 79, de 12-05-1980, desmembra do município de Três Lagoas o distrito de Silvíria. Elevado á categoria de município.

Em divisão territorial datada de 1-VII-1983, o município é constituído de 4 distritos: Três Lagoas, Arapuá, Garcias e Ilha Comprida. Pela lei nº , é criado o distrito de Guadalupe do Alto Paraná e anexado ao município de Três Lagoas.


Não existe legislação para este distrito.

Em divisão territorial datada de 1988, o município é constituído de 5 distritos: Três
Lagoas, Arapuá, Garcias, Guadalupe do Alto Paraná e Ilha Comprida. Assim permanecendo em divisão territorial datada 2009.

Histórico: Brasilândia - Santa Rita


As terras que atualmente constituem o município, pertenciam a Cia. Inglesa Brasil Land Cattle Co, que foram desapropriadas e incorporadas ao Patrimônio da União, nos anos de 1947 e 1948, pelo Exmo. Sr. General Eurico Gaspar Dutra, Presidente da República, sendo, na epóca, o Governador de Estado o Dr. Arnaldo Estevão Figueiredo. Parte dessa gleba foi adquirida por Arthur Hoffg e Alberto Mad, o primeiro fundador de Brasilândia. Foi elevada a distrito pela Lei nº 1.501, de 12.07.1961 e o município pela Lei nº 1.970, de 14.11.1963. Comemora-se, dia 25 de abril a data de sua emancipação política.

Gentílico: brasilandense
Formação Administrativa

Distrito criado com a denominação de Brasilândia, pela lei estadual nº 1510, de 12-07-1961, subordinado ao município de Três Lagoas. Elevado à categoria de município com a denominação de Brasilândia, pela lei estadual nº 1970, de 14-11-1963, desmembrado do município de Três Lagoas. Sede no atual distrito de Brasilândia. Constituído de 2 distritos: Brasilândia e Xavantina, ambos desmembrados do município de Três Lagoas. Instalado em 25-04-1965.

Em divisão territorial datada de 31-XII-1963, o município é constituído de 2 distritos: Brasilândia e Xavantina. Assim permanecendo em divisão territorial datada de 1-I-1979. Pela lei estadual nº 808, de 18-12-1987, desmembra do município de Brasilândia o distrito de Xavantina. Elevado à categoria de município com a denominação de Santa Rita do Pardo.

Em divisão territorial datada de 1988, o município é constituído do distrito sede. Até a presente datada não consta legislação para o distrito de Debrasa. Em divisão territorial datada de 1995, o município é constituído de 2 distritos: Brasilândia e Debrasa.

Assim permanecendo em divisão territorial datada de 2009.

Histórico: Santa Rita do Pardo

* * * * *
Santa Rita do Pardo
Mato Grosso do Sul - MS
Histórico
 
Em 18 de dezembro de 1987, pela Lei nº 808, foi criado o município de Santa Rita do Pardo, pelo então governador Marcelo Miranda Soares, ficando o mesmo pertencendo a comarca de Brasilândia.
Consta como um dos fundadores de Santa Rita do Pardo o Major Manoel Cecílio da Costa Lima que recebeu terras do estado na região em reconhecimento á bravura de ter aberto a estrada que liga Campo Grande á Bataguassu, trazendo uma embarcação que serviria para transpor o rio Paraná, ligando o estado de Mato Grosso do Sul á São Paulo. Ainda hoje seus descendentes possuem terras na região, que foi muito ocupada por fazendeiros do estado vizinho, que viram o potencial desta região, tão próxima de seu estado. Suas primeiras edificações foram uma redução jesuítica que data do século XVIII. Santa Rita do Pardo já se chamou Santa Rita do Rio Pardo, e Xavantina, sendo na época distrito de Brasilândia. Após a emancipação passou a ter o nome atual.
 
Formação Administrativa
 
Em divisões territoriais datadas de 31-XII-1936, figura no município de Três Lagoas o distrito de Chavantina.
 
No quadro fixado para vigorar no período de 1944-1948, o distrito aparece grafado Xavantina e permanece no município de Três Lagoas.
 
Assim permanecendo em divisão territorial datada de 1-VII-1960. Pela Lei Estadual nº 1970, de 14-11-1963, o distrito de Xavantina foi transferido do município de Três Lagoas para o novo município de Brasilândia. Em divisão territorial datada de 31-XII-1963, o distrito de Xavantina figura no município de Brasilândia. Assim permanecendo em divisão territorial datada de 1-VII-1983.
 
Elevado à categoria de município com a denominação de Santa Rita do Pardo, pela Lei Estadual nº 808, de 18-12-1987, desmembrado do município de Brasilândia.
 
Sede no atual distrito Santa Rita do Pardo (ex-Xavantina).
 
Constituído do distrito sede. Instalado em 01-01-1989.
 
Em divisão territorial datada de 1993, o município é constituído do distrito sede.
 
Assim permanecendo em divisão territorial datada de 2009.
 
 
Retificação de Grafia.
 
Chavantina para Xavantina teve sua grafia alterado em 1944-1948.
 
Transferência distrital Pela Lei Estadual nº 1970, de 14-11-1963, transfere o distrito de Xavantina do município de Três Lagoas para o novo município de Brasilândia.
 
Alteração toponímica distrital

Xavantina para Santa Rita do Pardo, alterado pela Lei Estadual nº 808, de 18-12-1987

terça-feira, 15 de novembro de 2011

Xavantina Futebol Clube






Isso aconteceu em novembro de 1.984, no campo onde hoje funciona a torre de telefonia da OI, ha 27 anos. em PÉ: João Carlos, Chuca, Luizinho, Toninho, Ericeu, Caçapava e Osmar Técnico. - Zé Matias, Irineu, Ilton, Zé Matos e Indio.  Bons tempos! Ah! ao fundo um cavalo pastando onde hoje é o hospital.

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Xavantina - Parte 01 - 1930

                    Por volta de 1.930, chega ao povoado de Santa Rita do Rio Pardo Manoel Cecílio da Costa Lima, também conhecido pelos nomes de “Major Cecílio” e “Coronel Cecílio”, Nascido no dia 8 de Outubro de 1.866 em Baús, Santana do Paranaíba (MT), filho de José da Costa Lima e Francelina Garcia Leal.  Apossou de muitas terras na região e exercia uma forte influência na localidade por ser um defensor dos índios e auxiliar as pessoas com cuidados de saúde, cuja experiência era adquirida com seus amigos médicos do Rio de Janeiro. Por zelar pelos seus recursos financeiros, instalou, por conta própria, estabelecimentos de ensino em suas fazendas. Também era conselheiro da população. Por tudo isso, o senhor Manoel Cecílio foi ganhando forças e se apossando de mais terras.
Procurando melhorar as condições locais e não obtendo sucessos nas tentativas, rompeu relações com o Prefeito de Três Lagoas e num ato de demonstração de forças, mudou o nome do Distrito até então Santa Rita do Rio Pardo para Xavantina em homenagem aos índios. Para esse ato, convocou alguns empregados, entre eles consta o nome do Senhor Luiz Vicente Ferreira, filho do Senhor Manoel Vicente Ferreira, que conviveu desde 1.908 junto a essa comunidade.
Após discursar seus motivos, Manoel Cecílio da Costa Lima determinou a afixação de um novo Cruzeiro como marco da nova denominação. Esse ato aconteceu pela manhã e, à tarde, precipitou uma pavorosa tempestade e o Cruzeiro foi atingido por um raio que o despedaçou; acreditando o povo que o fato ocorreu por haver sido tirado o nome da Santa da cidade.

terça-feira, 6 de setembro de 2011

Mãe-do-ouro

Havia em Rosário, a montante do rio Cuiabá, um rico senhor de escravos, de modos rudes e coração cruel. Ocupava-se na mineração de ouro, e seus escravos diariamente vinham de lhe trazer alguma quantidade do precioso metal, sem o que eram levados para o tronco e vergastados.
Tinha ele um escravo já velho a quem chamavam pai Antônio. Andava o negro num banzo que dava dó, cabisbaixo, resmungando, pois não lhe saía da bateia uma só pepita de ouro, e mais dia menos dia lá iria ele para o castigo. Certo dia, em vez de trabalhar, deu-lhe tamanho desespero, que saiu andando à toa pelo mato. Sentou-se no chão, cobriu as mãos e começou a chorar. Chorava e chorava, sem saber o que fazer. Quando descobriu o rosto, viu diante dele, branca como a neve, e com uma linda cabeleira cor de fogo, uma formosa mulher.
– Por que está triste assim, pai Antônio?
Sem se admirar, o negro contou-lhe a sua desventura. E ela:
- Não chore mais. Vá comprar-me uma fita azul, uma fita vermelha, uma fita amarela e um espelho.
- Sim, sinhazinha.
Saiu o preto do mato às carreiras, foi à loja, comprou o espelho e as fitas mais bonitas que achou, e voltou a encontrar a mulher dos cabelos de fogo. Então ela foi diante dele, parou num lugar do rio, e ali foi esmaecendo até que sumiu. A última coisa que ele viu foram os cabelos de fogo, onde ela amarrara as fitas. Uma voz disse, de lá da água:
- Não conte a ninguém o que aconteceu.
Pai Antônio correu, tomou a bateia e começou a trabalhar. Cada vez que peneirava o cascalho, encontrava muito ouro. Contente da vida, foi levar o achado ao patrão.
Em vez de se satisfazer, o malvado queria que o negro contasse onde tinha achado o ouro.
– Lá dentro do rio mesmo, sinhozinho.
– Mas em que altura?
- Não me lembro mais.
Foi amarrado no tronco e maltratado. Assim que o soltaram, correu ao mato, sentou-se no chão, no mesmo lugar onde estivera e chamou a Mãe do Ouro.
– Se a gente não leva ouro, apanha. Levei o ouro, e quase me mataram de pancada. Agora, o patrão quer que eu conte o lugar onde o ouro está.
– Pode contar – disse a mulher.
Pai Antônio indicou ao patrão o lugar. Com mais vinte e dois escravos, ele foi para lá. Cavaram e cavaram. Já tinham feito um buracão quando deram com um grande pedaço de ouro. Por mais que cavassem não lhe viam o fim. Ele se enfiava para baixo na terra, como um tronco de árvore. No segundo dia, foi a mesma coisa. Cavaram durante horas, todos os homens, e aquele ouro sem fim se afundando para baixo sempre, sem que nunca se pudesse encontrar-lhe a base. No terceiro dia, o negro Antônio foi à floresta, pois viu, entre as abertas do mato, o vulto da Mãe do Ouro, com seu cabelo reluzente, e pareceu-lhe que ela o chamava. Mal chegou junto dela, ouviu que ela dizia:
- Saia de lá amanhã, antes do meio-dia.
No terceiro dia, o patrão estava como um possesso. O escravo que parava um instante, para cuspir nas mãos, levava chicotada pelas costas.
– Vamos – gritava ele -, vamos depressa com isso. Vamos depressa.
Parecia tão maligno, tão espantoso, que os escravos curvados sentiam um medo atroz. Quando o sol ia alto, pai Antônio pediu para sair um pouco.
– Estou doente, patrão.
– Vá, mas venha já.
Pai Antônio se afastou depressa. O sol subiu no céu. Na hora em que a sombra ficou bem em volta dos pés no chão, um barulho estrondou na floresta, desabaram as paredes do buraco, o patrão e os escravos foram soterrados, e morreram.
Fonte: ifolclore.vilabol.uol.com.br

Crônicas: O comércio e o gado chegam de canoa a Mato Grosso

Os primeiros bovinos que foram introduzidos em Mato Grosso fizeram esse roteiro. Eram quatro ou seis novilhas que vieram de canoa na monção de 1727. As canoas eram, em geral, inteiriças, feitas com um só tronco de árvore, medindo doze a treze metros de comprimento, por um metro e meio de diâmetro. As maiores chegavam a transportar até quatrocentas arrobas de carga (seis toneladas), além de 25 a 30 pessoas, entre as quais o piloto, o proeiro (que viajava na proa, à frente do barco) e seis remeiros.
Com o crescimento do comércio entre São Paulo e as povoações de Mato Grosso, surgiu a necessidade de racionalizar as expedições. As viagens passaram então a ser feitas em grandes comboios, apenas uma vez por ano. Essas frotas de comércio chegaram a abranger até quatrocentas canoas, onde ia tudo o que necessitavam os habitantes de Cuiabá, Vila Bela e demais povoações que iam surgindo em decorrência do trabalho de mineração: desde o sal, destinado à cozinha dos ricos e ao batizado dos pobres, até a seda para os dias de festa.
Aos práticos, pilotos e proeiros das monções deve-se a abertura das comunicações regulares entre Mato Grosso e Pará. O velho caminho fluvial prolongava-se, assim, penetrando pelos rios amazônicos. No início do século XIX, as monções começaram a se tomar mais raras. Sabe-se que as últimas ocorreram por volta de 1838.
Fonte: (http://hightechchat.reocities.com/CollegePark/plaza/4647/moncoes.html)

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Crônicas: Em busca do ouro de Cuiabá


Fonte: tonomundo.org.br
 O movimento das monções teve início em 1718, quando Pascoal Moreira Cabral descobriu ouro nas barrancas do rio Coxipó-Mirim, próximo ao sítio onde hoje se ergue a cidade de Cuiabá. Outros sertanistas que acorreram ao local descobriram novas jazidas, tomando-se a região um vasto campo de mineração. Assim, as primeiras monções corresponderam à corrida do ouro que se iniciou rumo à região do rio Cuiabá.

Atraídos pelo novo Eldorado, os habitantes de São Paulo largavam tudo o que possuíam seguindo viagem, por via fluvial, até Mato Grosso. Aos poucos, essas viagens foram-se tomando regulares e mais organizadas. Já não se tratava apenas de levar novos mineradores, mas de abastecer os que lá se encontravam. O roteiro das monções variou no tempo, mas o Tietê era sempre o começo de todas as viagens. Por ele chegava-se ao rio Paraná, de onde era possível alcançar outros cursos d'água, como o rio Pardo.
Após subir o RIO PARDO e entrar por outras correntes secundárias, a monção enfrentava a parte mais difícil da viagem: era necessário passar para algum dos afluentes do Paraguai. Essa travessia era feita por terra, pois as duas redes fluviais estão separadas por um divisor de águas, cujo ponto mais estreito tem duas léguas e meia (quinze quilômetros). Vencido esse obstáculo, era possível alcançar o Paraguai, subir o São Lourenço e, finalmente, o rio Cuiabá.

Nos trechos encachoeirados dos vários rios por onde se passava, todos desembarcavam e a tripulação tinha que abandonar a água e fazer o caminho por terra, arrastando as canoas ou puxando-as com cordas. De São Paulo a Mato Grosso, a monção levava, no mínimo, seis meses de viagem conforme relata SILVA, Paulo e FERREIRA, João, no livro: BREVE HISTÓRIA DE MATO GROSSO E SEUS MUNICIPIOS. (1994: 22)

“Em fins de 1726 chegou a Cuiaba, acompanhado de imensa comitiva, o Capitão General de São Paulo, Rodrigo Cesar de Menezes, numa viagem de seis meses pelos rios Tiete, Pardo, Coxim, Taquari, Paraguai, São Lourenço e Cuiaba. Trouxe consigo tropa, funcionários burocratas, comerciantes, padres, mineradores e aventureiros de toda a espécie, e ainda, um grande e providencial sortimento de gêneros e mantimentos.”

Crônicas: As monções em Mato Grosso

Para melhor compreendermos o passado de nosso município é preciso conhecer melhor a história de Mato Grosso do Sul, temos que imaginá-lo ainda geograficamente unido aos estados de Mato Grosso e Rondônia, tal como ele era quando se criou a Capitania de Mato Grosso em 1748. Imaginando-o como um todo, como um imenso e uno território colonial português, poderemos entender melhor os fatos passados, as datas e os personagens desta terra matogrossense.

A bem da verdade, a história de Mato Grosso iniciou-se ainda no século XVI, cerca de 1524  para uns ou 1525 para outros pesquisadores, quando o português Aleixo Garcia, acompanhado tão somente de mais quatro homens brancos a algumas centenas de índios, saindo de Santa Catarina, no litoral brasileiro, atravessou inteiramente a faixa compreendida entre o oceano Atlântico e o rio Paraná, penetrou território mato-grossense a partir da travessia desse rio, seguindo bordejando a serra de Maracaju até o rio Paraguai, chegou aos autos morros onde seria séculos depois a cidade de Corumbá.  Aleixo Garcia tornou-se o primeiro homem branco europeu a pisar terras mato-grossenses.

Por essa época iniciou-se o ciclo das Bandeiras a partir de São Paulo, com as incursões dos primeiros bandeirantes paulistas, que adentraram pelos sertões  capturando índios para servires de mãos de obra escrava nas Capitanias do litoral. Dentre sucessivas levas paulistas predadores de índios, destacou-se a figura de Antônio Raposo Tavares que, em 1648, conseguiu completar o aniquilamento das missões dos Itatins, bem como destruir completamente a Vila de Santiago de Xerez. Assim expulsando definitivamente os espanhóis do território mato-grossense, proporcionou Raposo Tavares o inicio e a abertura plena para uma penetração paulista nessa imensa área geográfica e ainda a consolidação do fato de um posterior Mato grosso inteiramente português.

 Quando as bandeiras começaram a declinar, a marcha para oeste passou a assumir outras formas. Utilizando o curso dos rios, as viagens tornaram-se mais regulares e com destino conhecido. A esse movimento, que se iniciou na segunda década do século XVIII, dá-se o nome de monções. O termo é aqui aplicado impropriamente. Em seu sentido original, as monções indicam o regime alternado de ventos, que determina as épocas propícias à navegação. No Brasil do século XVIII, porém, passou a se conhecer por monção a estação adequada para as viagens fluviais, o que nada tem a ver com ventos, mas sim com as cheias ou vazantes dos rios. Livro “breve história de mato grosso e seus municípios, pag 15”

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Crônicas: Manoel da Costa Lima (Major Cecílio)

Manoel da Costa Lima (Major Cecilio)
Manuel da Costa Lima (Santana do Paranaíba, 8 de outubro de 1866Campo Grande, 11 de agosto de 1955) foi um construtor e empreendedor brasileiro, pioneiro na abertura de ligação do então sul de Mato Grosso com São Paulo, responsável pela primeira navegação a vapor no rio Paraná, em 1906. Fundou as localidades de Porto XV de Novembro, Bataguaçu e Santa Rita do Pardo, além de participar da fundação de Anaurilândia, todas em Mato Grosso do Sul. Também era conhecido como Manuel Cecílio da Costa Lima ou Major Cecílio.

As primeiras expedições
Nascido no distrito de Baús, na então Santana do Paranaíba, no atual estado de Mato Grosso do Sul, filho de José da Costa Lima e Francelina Garcia Leal, bisneto tanto paterno, quanto materno de um dos pioneiros colonizadores do sul matogrossense, João Pedro Garcia Leal, e de sua esposa, Antônia Ferreira de Jesus.
A partir de 1900, Manuel da Costa Lima prepara várias expedições à procura do caminho mais curto até o rio Paraná com o objetivo de chegar aos grandes centros pecuaristas de São Paulo, já que o único caminho então era feito pelo estado de Minas Gerais, após longo caminho, o que acarretava sérios prejuízos por conta da mortalidade dos animais. Graças ao apoio dado por parentes, bem como de empregados seus, ele abriu uma estrada que ligava Campo Grande até à margem direita da foz dos rios Paraná e Pardo, onde funda o Porto XV de Novembro.
Ainda em 1900, abre uma picada nas matas de São Paulo, ao descer por onde hoje é a cidade de Presidente Epitácio, em direção ao atual município de Indiana, onde convida os paulistas a povoar tão erma região. De volta dessa expedição, atravessa o rio Pardo, e após percorrer cerca de doze léguas, erige uma cruz de aroeira, onde funda um vilarejo chamado Xavantina, em homenagem aos índios Xavantes que ali moravam. Hoje, o lugar é denominado Santa Rita do Pardo.
O major Cecílio como era conhecido, à época, nos sertões de Mato Grosso, somente veio a ter o seu mérito de empreendedor visionário, a anos luz do seu tempo, 64 anos depois da implantação da balsa boiadeira, em Porto XV de Novembro, durante o regime militar, quando foi denominada a ligação rodoviária entre a Ponte Maurício Joppert, sobre o Rio Paraná na divisa com São Paulo, até Campo Grande, passando por Nova Alvorada do Sul, com o nome de Rodovia Manoel da Costa Lima, as rodovias federais, BR-267/MS, entre a divisa de Mato Grosso do Sul com São Paulo até Nova Alvorada do Sul, no entroncamento desta com a BR-163/MS, e o trecho da BR-163/MS, entre Nova Alvorada do Sul até Campo Grande, conforme Lei n° 5.616, de 14 de outubro de 1970, publicada no Diário Oficial da União, de 15 de outubro de 1970, onde textualmente está descrito: "Os trechos de Porto XV a Rio Brilhante e de Rio Brilhante a Campo Grande, respectivamente, da BR-267 e da BR-163, passam a denominar-se "Rodovia Manoel da Costa Lima".
A estrada
Em 1902, o Poder Executivo de Mato Grosso autorizava Manuel da Costa Lima a construir uma estrada de rodagem, sob o caminho aberto por ele, mas às custas do próprio explorador. Em 1904, entrega ao Governo o Memorial Descritivo da estrada de 54 léguas e 5403 metros de extensão. Entretanto, dentro deste projeto, aparece um grande problema: 2.250 metros de largura, de margem à margem, do rio Paraná. Na época, ainda não havia cidades ou grandes portos na região. A solução então encontrada foi a aquisição de um barco a vapor.

A aquisição da embarcação
Intrépido, Manuel da Costa Lima se dispôs a ir até Concepción, no Paraguai, vender seu gado para assim, adquirir uma embarcação, conhecida como Carmelita, também conhecida como Panchita. Também mandou fabricar carretões resistentes para o transporte do barco.
O transporte no seco
Em 1905, a Carmelita já estava subindo os rios Paraguai, Miranda e Aquidauana. E foi na povoação de Aquidauana que ancorou. Com parcos meios, desembarcou os carretões e, com a força dos homens e dos bois, desmontou a embarcação e a levou até Campo Grande, puxado por duzentos bois, ocasião em que abriu a estrada Campo Grande-Aquidauana, cortando a Serra de Maracajú. Na chagada em Campo Grande, causou grande alvoroço, já que o tamanho das peças e da comitiva era enorme para a época. Ficaram nas ruas centrais da cidade por três dias.
O remonte
Depois da saída de Campo Grande, rumo ao leste, a comitiva chega ao pontal dos rios Lontra e Anhanduizinho. Neste ponto, a embracação é remontada, desce as águas do rio Anhanduí e Pardo até as do rio Paraná, no Porto XV de Novembro.
A primeira navegação
Em 8 de outubro de 1906, iniciou-se a primeira navegação a vapor do Rio Paraná. Manuel da Costa Lima ainda consegiu trazer mais duas chatas de São Paulo, construiu balsas-currais, mangueiros, embarcadouros com brete e outras obras rústicas tanto em Mato Grosso do Sul, como na margem paulista do rio Paraná (atual Presidente Epitácio e Porto Tibiriçá).
As linhas telefônicas
Ainda nesse perído até 1916, Manuel da Costa Lima instalou, nas recém-criadas fazendas da região, 36 linhas telefônicas, talvez as primeiras de Mato Grosso do Sul.

UFC - União Futebol Clube - Março/1992 - Estádio Muncipal Joauim Candido da Silva - Brasilândia/MS

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