Fui
cobrador da Aviação Motta entre 1985/87 – substituindo meu amigo e Professor de
Inglês, Expedito Dias (em memória), a convite do próprio - primeiro da
esquerda. Que deixou a Viação Motta para cuidar do próprio negócio. Montou uma
quitanda, onde hoje funciona a lanchonete do João Belizário – em frente ao
hotel Alvorada) Na direita, Maurílio, nosso chefe imediato. As frutas,
verduras e legumes eram trazidos de Presidente Epitácio duas vezes na semana
pelo ônibus da Viação.
A saída
era às 07h da manhã e chegava às 09h em Bataguassu quando a viagem transcorria
com normalidade, uma vez que os imprevistos eram normais para um itinerário de
70 Km de estrada permeada de barro e areões e barro quando chovia. Apenas chegar
atrasado era uma benção, complicado era quando furava um pneu ou encontrávamos algum
caminhão atolado no barro ou na areia. Não havia outra alternativa senão ajudar
e desencalhar a estrada para poder seguir viagem, pois, eram pouquíssimos trechos
que possibilitava fazer ultrapassagem. Nesses casos a salvação era recorrer às
fazendas vizinhas distantes cinco, dez ou mais km de distância. Durante o
percurso o busão trafegava aos solavancos através do túnel verde, e os
passageiros, com as janelas abertas abriam as narinas para o cheiro fresco de
mato. Seguiam caçando com os olhos bichos que cruzavam a estrada aos saltos:
veados, cervos, lobos, seriemas, emas, manadas de porcos do mato – e as vezes
mais ariscas as onças pardas e pintadas. E o ronronar do busão transportando
uma manada de sonhos.