Foto - para seus familiares de Xavantina, Santa Rita do Pardo, meu amigo e meu Vice Prefeito Gentil Ferreira da Silva, recebendo das mãos do Juiz Raul Bezerra, o Diploma de Vice Prefeito no dia 13 de abril de 1965. Ao fundo, Patrocínio de Souza Marinho, Presidente do PSD de Brasilândia.
Este trabalho é uma jornada ao passado, uma busca pela história daqueles que, ao passarem por estas terras, ajudaram a desbravá-las. Suas trajetórias de vida se misturam com a própria história do lugar, deixando um legado que ainda ecoa até os dias de hoje. Como disse uma vez o escritor e filósofo George Santayana: "Aqueles que não conseguem lembrar o passado estão condenados a repeti-lo"
sábado, 14 de dezembro de 2013
terça-feira, 10 de dezembro de 2013
Escolinha de Palha 3 - Marques Neto
Escolinha de palha na Colônia dos Vicentes 1965, crianças da época, Prefeito Marques Neto e o Professor* que não me lembro o nome. |
Foto - Jose Matos e amigos de
Xavantina (Santa Rita do Pardo-MS) Escolinha de palha na Colônia dos Vicentes 1965, crianças da época, Prefeito Marques Neto e o Professor* que não me lembro o nome.
Grande festa e alegria das
crianças e dos pais que viu nascer a luz das letras e minha emoção em soluços.
As crianças estão exibindo um santinho meu, e, em minha homenagem foi servido
um belo almoço dos nossos lá da roça.
Essas crianças hoje o mais
novo deve ter 60 anos. Os moradores construíam o Rancho de palha e eu
levava as carteiras, lousa, e todo material para a alfabetização.
Coloquei também uma escolinha lá no chamado Raimundo, que não sei mais onde é e não tenho fotos. Na sede do Distrito tinha um Grupo Escolar velho de Taboa abandonado, eu reformei e coloquei todo o material necessário e tive a alegria de matricular 66 crianças em duas salas de aulas.
Não tenho fotos o tempo era
corrido e meu fotografo não me acompanhou, mas será que ai não tem ninguém que
se lembre de ter estudado nessas escolinhas, pois eram famílias antigas de
Xavantina. Não tenho saudades do meu sofrimento, mas tenho orgulho de ter amado
essa gente e essas crianças. Hoje aos 82 anos, tenho a consciência que fiz mais
que o dever. Fiz a alegria de uma gente abandonada nesse sertão bravio.
(Marques Neto)
segunda-feira, 9 de dezembro de 2013
Escolinha de Palha 2 - Marques Neto
Oi Jose de Matos, outra foto
da inauguração da mesma escolinha de palha 1965, na propriedade do Vereador João Carlos da Silva, vendo a direita
eu: Prefeito Marques Neto, de chapéu
o Vereador Dóca, Manoel Ciriaco Neto e o Vereador João Carlos da Silva dono da propriedade. Não imagina e
felicidade das crianças e dos pais quanto implantei essa escola. Acho que não
tem mais ninguém da mina época, mas acho que a Eledir, o Arany e alguém dos
Ferreira pode conhecer alguém ou ainda estão por ai. Hoje ao ver essa foto
estou chorando de emoção. Minha vida minha mocidade, sou feliz. Ainda tem
outras escolas, vou mandar.
Gentileza imagem e texto: Marques Neto, presente na foto e citado no texto.
Escolinha de Palha - Marques Neto
Amigo Jose Matos, essa foto é de uma escolinha de Palha, inaugurada na Propriedade do meu Vereador João Carlos da Silva em 1965, essa professora é dai de Xavantina Hoje Santa Rita do Pardo, essas crianças hoje devem ser avôs. Ao amigo para analisar e ver se essas crianças hoje adultos ainda estão por ai, pois eram todos dai. Inaugurei varias dela. Minha vida, minha historia.
Créditos de imagem e texto ao amigo Marques Neto. Para quem não o conhece, em breve mais detalhes desse grande regionalista.
segunda-feira, 5 de agosto de 2013
CARAVANA DA MEMÓRIA - EM SANTA RITA DO PARDO-MS
No
dia 9 de agosto último, a Caravana da Memória partiu para Santa Rita do Pardo,
município distante 268 km de Campo Grande com o objetivo de incentivar a
preservação dos patrimônios materiais e imateriais locais. O projeto, uma
parceria entre a Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul e o Instituto
Histórico e Geográfico tem por princípio conscientizar os gestores e formadores
de opinião nos municípios para se atentarem dos valores culturais e históricos
que são peculiares e a importância de preservá-los.
A
partir da consciência da sua história, cada cidade pode e deve criar espaços
apropriados para conservação, valorização e divulgação.
O
projeto Caravana da Memória posto em execução há apenas dois meses, tem sido
muito solicitado pelos municípios que querem receber a comissão formada pelos
técnicos da FCMS e associados IHGMS, o que demonstra o sucesso da parceria para
preservar o maior bem de um povo, sua História.
VIII
SEDIMS –
Nos dias 5 e 6 de agosto o IHGMS realizou a oitava versão do seu já consagrado
Seminário de Desenvolvimento Institucional de Mato Grosso do Sul. Um projeto do
vice-presidente Heitor Rodrigues Freire, que com o apoio do presidente,
Hildebrando Campestrini e participação de um grupo expressivo de associados
efetivos vêm sendo realizado com êxito anualmente.
Este
ano o tema do SEDIMS foi a mulher sul-mato-grossense, seu papel histórico foi
relatado pelo prof. Hildebrando Campestrini, na abertura do Seminário e, ainda
preservando a memória regional fez-se uma homenagem as mulheres símbolos do
século XIX e XX, nas pessoas de Senhorinha Barbosa, relembrada pelo seu
biógrafo, o associado efetivo e escritor, Samuel Xavier Medeiros e, Oliva
Enciso, revivida na excelente exposição do associado e sociólogo, Paulo Eduardo
Cabral que emocionou os presentes, entre eles familiares da homenageada in
memorian.
A
participação da solista consagrada, Clarice Maciel e do Coral Arte Viva
abrilhantaram a noite com a execução do Hino de Mato Grosso do Sul e músicas
regionais.
Convidados
da área de cultura das cidades de Nioaque e Corumbá participaram da segunda
noite do evento que contou com ricos e consistentes depoimentos de mulheres na
atualidade representando a atuação da condição feminina no agronegócio, no
comércio e serviços e no terceiro setor.
As
depoentes foram a pecuarista Morely Arantes, a estilista de moda, Irany
Caovilla e a vice prefeita e secretária de cultura de Corumbá, Márcia Raquel
Rolon, também responsável pelo mega projeto Moinho Cultural, de alcance
sócio-cultural na fronteira Brasil-Bolívia e de repercussão internacional.
O
presidente da Fundação de Cultura do Estado de MS, professor Américo Calheiros
proferiu uma palestra sobre o papel da mulher sul-mato-grossense na arte e na
cultura, lembrando inúmeras protagonistas nas artes plásticas, popular, música,
literatura, teatro e outras manifestações culturais.
Finalizou
apresentando a grande homenageada da noite, a professora Maria da Glória Sá
Rosa, eleita pelos associados do Instituto Histórico e Geográfico de MS sua
primeira Associada Emérita. Coube ao associado emérito Francisco Leal de
Queiróz entregar a profª. Glórinha a placa comemorativa em nome do IHGMS.
O
prof. Hildebrando, ao encerrar o VIII SEDIMS fez um agradecimento nominal a
toda equipe que se envolveu na organização do evento – diretoria, associados e
funcionários e, como já é de tradição, evocou a memória dos associados já
falecidos, motivadores sem dúvida, das atividades do IHGMS, principalmente seu
fundador e ex-presidente, Paulo Coelho Machado. Mais um evento de sucesso e harmônico,
representado na confraternização, nos momentos finais de cada dia do atividades
do IHGMS, principalmente seu fundador e ex-presidente, Paulo Coelho Machado.
Mais um evento de sucesso e harmônico, representado na confraternização, nos
momentos finais de cada dia do VIII SEDIMS.
quarta-feira, 29 de maio de 2013
Resgate histórico de um pioneiro – José de Mattos Pereira
Falar de homens com a igual
notabilidade de José de Mattos Pereira não é tarefa das mais fáceis a se
executar. É preciso voltar no tempo para conhecer a sua epopéia histórica,
marcada pela sua intrépida coragem e audácia conduzindo sua numerosa prole para
terras de paragens distantes de sua terra de origem. É preciso rememorar a
façanha deste homem para que todos os descendentes de sua raiz possam se
fortalecer de forma audaz e corajosa diante das tomadas de decisões pelas
caminhadas da vida, seguindo desta forma o exemplo deixado pelo seu venerando
patriarca.
José
de Mattos Pereira chegou em 1902 nas terras que hoje corresponde à cidade de
Dourados - MS. Partiu da cidade gaúcha de São Luiz Gonzaga contando a idade de
74 anos. Apesar da idade já avançada, conduziu bravamente seu clã, atravessando
as paisagens gaúchas dos pampas e coxilhas, que foi deixando para trás regadas
de lágrimas. Trazia o coração varado de dor e cheio de recordações de momentos
vividos harmoniosamente com a sua numerosa família na terra amada.
Há
que se reconhecer neste homem a sua estirpe e a sua coragem, que o fizeram
acreditar que a retirada do seu povo do rincão gaúcho para terras distantes do
hoje Mato Grosso do Sul, era a forma mais digna e honrosa para dar continuidade
aos descendentes de sua linhagem, aos quais considerava dignos de seu amparo e
proteção. Assim decidido, juntamente com os filhos da primeira esposa – Ignácia
Maria de Jesus, e a esposa de novas núpcias – Lucinda Beninha dos Santos,
reuniu todos os filhos, filhas, genros, noras, netos e muitos agregados a quem
eram extremamente afeiçoados, e migraram para as terras de Mato Grosso, destino
onde o filho primogênito Ponciano de Mattos Pereira já os aguardavam.
A
sua caravana composta de mais de uma centena de pessoas, marchou por
prolongados meses por caminhos íngremes e até mesmo inexistentes traçados a
hora da travessia com facões e machados. Foram muitas as noites mal dormidas
sobressaltados pelos perigos da mata e a incerteza de segurança com a vida de
seus entes queridos. As carretas puxadas pelos bois seguiam à frente fazendo
zunir suas rodas pelos caminhos incertos qual fossem sussurros em tom plangente
e calado no fundo da alma de cada um dos que seguiam a marcha silenciosa se
despedindo dos rincões gaúchos.
Nas
carretas vinham as mulheres, as moçoilas e as crianças que eram trazidas com
especial atenção, pois eram mais frágeis que os homens, portanto, inspiravam
maiores cuidados. Elas eram as esposas, as filhas, as netas, as agregadas e os
pequeninos de colo. Também, no conjunto das carretas, seguiam as que transportavam
algumas espécies de víveres a exemplo do charque e gordura animal,
indispensáveis para o preparo dos alimentos. Outras levavam ferramentas como
facões, machados, enxadas, foices, enxadões, arados, semeadores e traias para o
arreamento de cavalos. Ao lado destas, seguiam as carretas que conduziam os
mimos de cada família, constituídos de pertences de extremo valor sentimental.
Durante
o trajeto, foram muitas as dificuldades enfrentadas com as doenças, a falta de
alimentos e remédios, também, gêneros de uso para vestimentas e higiene. Muitos
entes queridos ficaram pelo caminho, pois tombaram sem vida, e, pranteados,
foram deixados entregues à Mãe Terra. Apesar de tudo, seguia à frente o
patriarca José de Mattos Pereira, resoluto e pertinaz, trazendo no âmago do ser
a confiança e a certeza de conquistarem novamente os dotes da família que
abandonaram ou se desfizeram por qualquer insignificância. Pressentia o
destemido condutor que as mesas seriam fartas novamente, e que as habitações
seriam tão confortáveis como as que deixaram na terra natal. Que a sua gente
seria audaz nas terras dos ervais quanto foram nas terras dos pampas!
Embalado
por novos sonhos, José de Mattos Pereira idealizou sua geração projetada na
nova terra como homens honrados, trabalhadores, assumindo lideranças e
participando da construção de uma sociedade para nela prosperar e viver os
descendentes de sua prole, que hoje representam a Família Mattos, na sua grande
maioria radicados em Mato Grosso do Sul, e que originaram os troncos de: 1. Ponciano
de Mattos Pereira, 2. Manoel de Mattos Pereira Sobrinho, 3. João de Mattos
Pereira Sobrinho, 4. José de Mattos Pereira Filho, 5. Maria Ignácia de Mattos
Pereira, 6. Francisco de Mattos Pereira, 7. Antônio de Mattos Pereira, 8.
Joaquim José de Mattos Pereira, 9. Cândida de Mattos Pereira, 10. Bento de
Mattos Pereira, 11. Amândio de Mattos Pereira, 12. Anna Ignácia de Mattos
Pereira, 13. Ignácia Maria de Mattos Pereira, 14. Florência de Mattos Pereira,
15. Carmelina de Mattos Pereira.
Quantos
galhos a frondosa árvore estendeu pelas terras meridionais do hoje Mato Grosso
do Sul! Quantas sementes espargidas e lançadas ao chão da Nova Canaã de MS!
Quantas sementeiras lançadas nos sulcos profundos da terra abençoada e
acolhedora que acabariam por transformar na cidade de Dourados-MS, considerada
atualmente como o novo reduto da Família Mattos! Qual fosse São Luiz Gonzaga no
Rio Grande do Sul!
Entranhadas
no chão avermelhado da nova terra, as sementes trazidas pelas mãos do valoroso
condutor da Família Mattos foram depositadas para florescer e frutificar. De
todas elas, o velho patriarca pode hoje se orgulhar, pois todas foram capazes
de prosseguir a sua grandiosa missão. Na chegada, a faina era ainda muito
grande e o trabalho árduo, se reverteu mais tarde na construção da sede do
município douradense. Para muitas ruas, praças, logradouros públicos, aeroporto
e rodovia, os Mattos emprestaram o seu nome. Sobre essa afirmação, assim afirma
OWENS: “A participação dos Mattos na construção de Dourados foi efetiva em
todos os sentidos. Começaram no início do século, desbravando matas, abrindo
estradas, construindo pontes e casas. Foram lavoureiros, criadores de gado,
educadores, enfim, influenciaram de maneira decisiva na formação do povo que se
iniciava” (2000, p. 291).
Resgatar
as páginas épicas desta façanha histórica nos envaidece e nos orgulha. Faz
brotar em nossa têmpora o sangue dos bravos que nos antecederam, e, ergue alta
a insígnia e as armas das ‘quintas’ dos Mattos em terras lusitanas onde tudo
teve o seu início. É de lá que foi transladado para as terras brasileiras, a
força, a grandeza, o mando e a coragem como bem retratam o brasão da Família
Mattos.
Por
ocasião do 23º Encontro da Família Mattos (01/06/2013), as gerações de
descendência do patriarca e líder maior da Família Mattos: o inesquecível José
de Mattos Pereira, estarão mais uma vez reunidos na cidade de Dourados/MS, com
o objetivo principal de manter acesa a chama da união que entrelaçam as
famílias dessa mesma origem. Considera-se o momento muito oportuno para prestar
esta homenagem em nome de todos os seus descendentes indistintamente.
Que
o espírito de gratidão e reconhecimento ao ilustre personagem possa se
transformar em mantra sagrado desfraldado nas alturas, orvalhando-se de
fragrâncias raras para ser depositado sobre a lápide mortuária do nosso grande
herói José de Mattos Pereira, que repousa desde o dia 11 de março de 1904 no
cemitério do lugar denominado “Falha”, no Distrito de Picadinha no município de
Dourados-MS.
Sem
nos ater apenas à genealogia, mas, pela trajetória de vida, podemos afirmar que
José de Mattos Pereira é, sem dúvida, um marco valoroso na construção histórica
de Dourados-MS
*Professora
MSc. alaide@uems.br
Graduada
em História (Fucmat), Bacharel em Turismo (UCDB), e Mestre em Geografia (UFMS).
Fonte
bibliográfica: o texto foi produzido com base nos relatos orais de membros da
Família Mattos e na obra de Owens, Marli Carvalho. Mattos – A saga de uma
família. Dourados-MS, 2000.
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