segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

Procissão com a imagem de Santa Rita do Cássia no andor

 Procissão com a imagem de Santa Rita do Cássia no andor - pelas ruas de nossa cidade

Tia Morena - Rita Vicente Ferreira, *10/08/1.906  + 23/03/2002 - em sua capelinha no sitio Santo Antonio que em tempos idos já foi chamado de sitio Olho D’água.

Procissão em louvor à Santa Rita do Cássia – Padroeira do Município todo ano no mês maio (dia 22). Segundo João Vicente Ferreira, o João da Morena, filho de dona morena, que na verdade chamava-se Rita Vicente Ferreira, devotíssima de Santa Rita do Cássia. Nascida em 10 de agosto de 1.906, em Santa Rita do Rio Pardo – MS; faleceu em 23/03/2002.

Viveu sua vida inteira no município, noventa e seis anos. Fazia novenas todos os anos, acompanhado de grandes festejos, na proporção que a época oferecia.  As festas não se restringiam às comemorações em louvor à Santa Rita do Cássia. Iam muito mais além com as folclóricas folias de reis. Sempre abastecidos com muita comida, doces e tudo que havia de direito e ao alcance. Viajava dias no lombo de um animal recolhendo iguarias para os festejos: compotas de doces, leitoas, frangos..., tudo o que dispunha os vizinhos para a realização das festas.

João da Morena cita alguns contribuintes de nomes mais recentes como, Pedro Néca, pai do Gentilão e avô da prefeita Eledir; Dona Joaquina que morava na fazenda mimoso na época, e que deixou-nos recentemente; uma irmã que morava no Arlindo Luz, pareada com a estrada de ferro pelas bandas do Ribas do Rio Pardo, distante três escanchada no lombo de um cavalo. Só para citar alguns que nosso narrador lembra-se.

Conta ainda nosso narrador, que quando as festas saiam de seus domínios, preparava o carroção com todos os apetrechos de viagem longa, atrelava os bois e caia na estrada. Chegando ao local da festa, montava acampamento que só desfazia quando terminava os festejos. Isso poderia demorar dias. Ele segue e nos fala ainda da primeira escola que teve conhecimento, onde iniciou seus estudos, que era situada na “ferradura”, onde hoje se localiza a fazenda do Ademar Rinaldi.

Enquanto os festejos aconteciam, à noite após as novenas e terços, dava-se os bailes de sanfona a violões iluminados por lampiões à querosene pendurados nos esteios. E ela, a Dona da festa percorria os arredores menos iluminados vigiando os namorinhos encobertos pela penumbra com a lamparina sobre a cabeça equilibrada por uma rodilha de pano despontando os entocados, como se fosse gado fujão, para o meio do povo com voz firme de mãe cuidado de seus rebentos, “óia, ocêis veio aqui pra conversar, brincar ou ficar ai no escuro?”

Que Deus a tenha em seu devido lugar. Pois deixou aqui em nossa comunidade um grande legado que não cessou com sua partida. A festa da padroeira cresce a cada ano, e já é uma referencia que ultrapassou o regionalismo e conquistou o estado.

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Procissão da Tia Morena

Na foto: Dona Morena de vestido verde e Gorro na cabeça, Dona Geni vestido branco, Mãe do Eduardo Gregório de vestido verde e segurando a pavilhão da procissão,  Mãe do Seu Neno Patussi atrás da dona morena.


Churrasco à moda antiga 

Aqui churrasco era assim - no espeto de vara e buraco no chão. 

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

A gente não morre. Fica encantado


Noite estrelada- Van Gogh

Em 1963, João Guimarães Rosa era eleito para a Academia Brasileira de Letras. Contudo, recusou-se a tomar posse, pois pressentia que, se o fizesse, iria morrer. Premonição? Acaso? Nunca saberemos. Pelo menos nesta vida. Em 16 de novembro de 1967 aceitou, finalmente, assumir a sua cadeira na Academia. Em seu discurso de posse disse: “A gente não morre. Fica encantado.” Três dias depois, em 19 de novembro de 1967, teve um enfarto fulminante, vindo a falecer. O médico, o embaixador, o escritor que revolucionou a literatura brasileira, se encantou. Seu livro mais conhecido, e com certeza o mais importante, faz 50 anos: “Grande Sertão: Veredas”.

Nele encontramos inúmeras passagens onde a transcendência, que aflorava na alma do homem Guimarães Rosa é frequentemente exaltada. O diabo, figuração do mal, recebe quase uma centena de nomes, na contagem feita pelo nosso confrade, Marco Aurélio Baggio, e confirmada pelo outro confrade, José de Souza Andrade Filho, no livro do primeiro, com prefácio do segundo: “Um abreviado do Grande Sertão: Veredas”.

Mas a relação vida e morte está presente em todo o texto de Guimarães Rosa.  “Viver é muito perigoso!” afirma pela boca de Riobaldo em algumas dezenas de vezes que não cheguei a contar. Viver é realmente muito perigoso. Talvez porque, como ele também afirmava, “A morte de cada um já está em edital”. Não diz se é com hora e data marcadas, mas com a certeza de que acontecerá. Não há vida sem morte. Nem mesmo com a decantada imortalidade acadêmica…

Contudo, a morte tem hora marcada. Não na cronologia dos calendários, mas na realidade dessa relação inseparável: vida e morte.  Morto não morre. A vida é indispensável para o morrer. Ora, vivo já não estou ontem. Para o ontem, já morri. E o amanhã, ainda não veio, portanto, nele ainda não vivo. Só agora, no tempo presente, vivo realmente. Portanto, agora é a única hora em que posso morrer, pois é a única hora em que vivo estou. Por isso mesmo, “viver é muito perigoso!” Cada instante em que vivo, pode ser o instante da minha morte. Daí a imperiosa necessidade de valorizá-lo plenamente.

Baggio destaca o necessário para se viver, no pensamento de Riobaldo – Guimarães Rosa – o necessário para atravessar o rio da vida, como ele diz: “a coragem, a alegria, o amor, a reza, o fazer, o contar, enfim o viver”. Para viver, é preciso viver. É preciso coragem para levantar em cada amanhecer. É preciso alegria para descobrir o sol, mesmo que as nuvens o estejam ocultando. É preciso o amor, caminho de duas vias onde só se ama quando se é amado. E só se ama quando se entrega confiante nas mãos do amado, da amada.

reza é necessária, pois é o ato de humildade que nos aproxima de Deus. E sem a humildade só existe a soberba, com a soberba não existe vida em plenitude. É preciso fazer, pois quem faz escreve a sua história e não deixa para os outros essa tarefa que é somente sua. É preciso contar, pois contando compartilhamos a vida e a vida só existe se compartilhada. O homem não foi feito para ser só e a solidão somente acaba quando podemos compartilhar o que fazemos e o que sentimos. Para viver, repetimos, é realmente necessário viver.

Na plenitude do que isso significa. Afinal, há os que estão vivos – mortos. Vegetam. Passam pela vida sem a ter vivido, e por isso estão permanentemente mortos. Para esses, a morte é banal.  São os jagunços de ontem, os pistoleiros de hoje. Dizia Riobaldo em sua iniciação: “Eu tinha de obedecer a ele, fazer o que mandasse. Mandava matar. Meu querer não correspondia ali, por conta nenhuma. Eu nem conhecia aqueles inimigos, tinha raiva nenhuma deles”. Mas matava, pois a vida era nada.

O tempo passa, algumas coisas vão pela maturação. Na intemporalidade do Grande Sertão, símbolo da existência, existem veredas. Veredas, que são caminho estreito, locais férteis para plantar e colher, onde os buritis crescem e se tornam marcos de vida. Veredas, oásis que preservam a vida, que ensinam para a vida.

Pelas veredas em que Riobaldo passa, sementes vão sendo plantadas, uma vida vai sendo construída. Entre balas e sangue, entre silêncio e prosa, entre lutas e repouso. Os olhos verdes de Diadorim iluminam o seu caminho, mesmo na ambigüidade conflitante de seus sentimentos. Diadorim homem, Diadorim mulher, revelação e libertação, que só a morte, no final lhe traz.

E Riobaldo descobre a impermanência: “Tempo é a vida da morte: imperfeição” A morte necessita do tempo para acontecer. Sem o tempo, a morte morre. A eternidade é o não tempo e nela a morte não existe. É a vida eterna. Aqui é o espaço, é o tempo. É a imperfeição. Onde existe o espaço e o tempo, nada é perfeito. Tudo começa, tudo acaba. É a impermanência permeando tudo. Só após a morte, tudo permanece. É a perfeição.


E Riobaldo descobre Deus: “Como não ter Deus? Com Deus existindo, tudo dá esperança: sempre um milagre é possível o mundo se resolve. Mas, se não tem Deus, há-de a gente perdidos no vai-vem, e a vida é burra. É o aberto perigo das grandes e pequenas horas, não se podendo facilitar – é todos contra os acasos. Tendo Deus, é menos grave se descuidar um pouquinho, pois, no fim dá certo. Mas, se não tem Deus, então a gente não tem licença de coisa nenhuma!

E mais à frente, afirma: “Mas eu hoje em dia acho que Deus é alegria e coragem – que Ele é bondade adiante, quero dizer.” Descobrindo Deus, descobre o perdão, essencial a uma vida de paz interior: E o faz pelo ensinamento de Zé Bebelo: “Que a gente carece de fingir às vezes que raiva tem, mas raiva mesma nunca se deve de tolerar de ter. Porque, quando se curte raiva de alguém, é a mesma coisa que se autorizar que essa própria pessoa passe durante o tempo governando a ideia e o sentir da gente; o que isso era falta de soberania, e farta bobice, e fato é”.

Aprende que não se deve deixar que os outros escrevam a sua história. Somente a ele cabe fazê-lo. Pelo Grande Sertão, que é a existência, Guimarães Rosa, por seus personagens vai trilhando a Vereda, também caminho estreito – afinal, estreita é a porta anunciada para o Paraíso – faz dela a orientação de sua vida e, poucos dias antes de se encantar, revela aquilo em que cria: “A gente não morre. Fica encantado”.
Evaldo A. D´Assumpção 
(*) – Texto apresentado no Encontro Médico Literário Nacional com Guimarães Rosa, em Cordisburgo, MG, de 13 a 16 de julho de 2006. Promovido pela SOBRAMES – Sociedade Brasileira de Médicos Escritores, regional MG com o apoio da Academia Mineira de Medicina.

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Mato Grosso do Sul, o Testemunho da Saga de Famílias Pioneiras.





Lançado em 25/11/2011, às 19 horas, no Marco (Museu de Arte Contemporânea), o livro “Mato Grosso do Sul, o Testemunho da Saga de Famílias Pioneiras”, de autoria de Lygia Carriço de Oliveira Lima e organizado por sua filha, Eliane Carriço de Oliveira Lima.

Mato Grosso do Sul, o Testemunho da Saga de Famílias Pioneiras é uma genealogia de Francelina Garcia Leal e do desbravamento e povoamento da região centro-leste de Mato Grosso do Sul nos séculos XIX e XX. Trazendo histórias de vários descendentes, patriarcas, de algumas das 6 gerações seguintes, dentre as inúmeras famílias descendentes podemos citar: Rezende, Nogueira, Costa Lima, Garcia, Garcia Leal, Barbosa, Oliveira, Oliveira Lima, Mendonça, Lima, Carneiro, Ávila, Simioli, Pereira, Vieira, dentre inúmeras outras.

A história começa em 1875, com a vinda de Francelina de Santana de Parnaíba para a região de Campo Grande (recém fundada em 1872 por José Antônio Pereira), mais precisamente nas terras banhadas pelo Ribeirão Botas, a Fazenda Estrela, que seu falecido marido escolhera para se fixar com a família. Francelina é a primeira poetisa que se tem notícia em Mato Grosso do Sul.

A autora do livro, Lygia Carriço de Oliveira Lima, faleceu em 2008, deixando a obra praticamente pronta. Formada em História e Geografia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, veio para Campo Grande em 1950, acompanhando o marido.

Ávida por conhecer a história do Estado, inicia suas pesquisas nos arquivos do Rio de Janeiro, de Mato Grosso, Portugal e em Campo Grande. Foi professora de História na FUCMAT, hoje Universidade Católica Dom Bosco, diretora do Patrimônio Cultural da Secretaria de Estado de Cultura e membro do Instituto Histórico e Geográfico de Mato Grosso do Sul. Também escreveu diversos artigos publicados nos jornais de Campo Grande e recebeu o título de cidadã Sul-Mato-Grossense em 2005.

ADQUIRIR O LIVRO, ENVIAR EMAIL: eli.col@terra.com.br C/ELIANE 


Minhas considerações à Lygia Carriço de Oliveira Lima.


Não sou da família, é bem verdade, mas moro em Santa Rita do Pardo-MS, desde 1.977. Portanto tive a oportunidade de ouvir muito sobre nosso município e as pessoas corajosas que principiaram nossa história. Por ser apaixonado por literatura, os relatos orais antigos relativo ao nosso lugar me levou certa vez, em meados de 2.003/04, através do Arani, a falar ao telefone com a Lygia Carriço de Oliveira Lima.

Na verdade eu mais ouvi; tamanho o entusiasmo dela com seu projeto, da futura publicação, que infelizmente não teve tempo de autografar. É preciso muita dedicação, fôlego e acreditar no sonho para realizar façanha como essa. Pelo pouco conversei com ela, não foi nada fácil colher todos esses dados que resultaram nessa obra. Uma verdadeira odisseia, na essência da palavra. Meu contentamento fez-se muito grande de tê-la “conhecido” por telefone, e de ela ter partilhado comigo o seu grande sonho. "Um escritor trabalha para sonhar com os outros, melhorar o destino e viver vidas que não se pode viver." (Ángeles Mastretta).


Foi-se mais deixou um legado de dimensão imensurável para todo um estado. A Obra dela transcende qualquer conceito de particular e ganha o devido e merecido espaço na história nacional. Tamanho foi meu contentamento ao ler na mídia jornalística a noticia da publicação do livro. Não podia deixar de presenciar. Na ultima hora não deu para ir até Campo Grande, mas o livro veio até mim através do meu amigo, Arani, autografado pela filha da Lygia.


A capa ilustrada com uma grande árvore copada faz jus ao conteúdo, que é bem particular, mas os relatos escritos com realismo e sem firulas me prendeu do inicio ao final, praticamente sem descanso. E claro, parei uma vez ou outra para respirar.

José Mattos



sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

Assex - Time dos sonhos

Peroba, Nilsinho, Chicão - ao fundo em  
 cima do barranco (arquibancada) - Vadão e Zé Carlos
 Peroba levantando a taça - 05/1986
Franciel, Chico Doca com a filha  e neta no colo - respectivamente 






Essa é uma festa de final de torneio (campeonato), não posso precisar corretamente. Mas alguém que participou desse time poderá precisar quando e contra quem foi essa conquista. Alguns fundadores da primeira diretoria desse time, tão lembrado ainda hoje, já não estão entre a gente como o Zé Branco, João da Zene.

Conforme me vier à mente vou colocando aqui. Participaram também da primeira reunião de formação desse time, José Mattos, ainda gurizão, Arcanjo, Alfeu Candido.

O primeiro uniforme, listado vertical em azul e branco (salvo engano), foi conseguido pelo vereador Alfeu Candido com a Prefeita Neuza, na época Prefeita de Brasilândia. O Zé Branco com seu caravan marrom dirigiu-se até a cidade mãe buscar esse uniforme.

Na imagem podemos ver muitas figurinhas carimbadas: Toninho (bufinha) ao lado do Peroba, Nilsinho, Ademir, Sidnei, Quejin, Nivonei

Essa reportagem será atualizada sempre que houver novas informações:

UFC - União Futebol Clube - Março/1992 - Estádio Muncipal Joauim Candido da Silva - Brasilândia/MS

  Em pé: Indio, Valter Branco, Zé de Mattos, Zé Carlos, Vander Qauio, Pedrinho, Chicão. João Carlos e Salomé. Abaixados: Nivaldo , Valter Gr...