Procissão com a imagem de Santa Rita do Cássia no andor - pelas ruas de nossa cidade
Tia Morena - Rita Vicente Ferreira, *10/08/1.906 + 23/03/2002 - em sua capelinha no sitio Santo Antonio que em tempos idos já foi chamado de sitio Olho D’água.
Procissão em louvor à Santa Rita do Cássia – Padroeira do Município todo
ano no mês maio (dia 22). Segundo João Vicente Ferreira, o João da Morena,
filho de dona morena, que na verdade chamava-se Rita Vicente Ferreira, devotíssima
de Santa Rita do Cássia. Nascida em 10 de agosto de 1.906, em Santa Rita do Rio
Pardo – MS; faleceu em 23/03/2002.
Viveu sua vida inteira no município, noventa e seis anos. Fazia novenas
todos os anos, acompanhado de grandes festejos, na proporção que a época oferecia.
As festas não se restringiam às
comemorações em louvor à Santa Rita do Cássia. Iam muito mais além com as folclóricas
folias de reis. Sempre abastecidos com muita comida, doces e tudo que havia de direito
e ao alcance. Viajava dias no lombo de um animal recolhendo iguarias para os
festejos: compotas de doces, leitoas, frangos..., tudo o que dispunha os
vizinhos para a realização das festas.
João da Morena cita alguns contribuintes de nomes mais recentes como,
Pedro Néca, pai do Gentilão e avô da prefeita Eledir; Dona Joaquina que morava
na fazenda mimoso na época, e que deixou-nos recentemente; uma irmã que morava
no Arlindo Luz, pareada com a estrada de ferro pelas bandas do Ribas do Rio
Pardo, distante três escanchada no lombo de um cavalo. Só para citar alguns que
nosso narrador lembra-se.
Conta ainda nosso narrador, que quando as festas saiam de seus domínios,
preparava o carroção com todos os apetrechos de viagem longa, atrelava os bois
e caia na estrada. Chegando ao local da festa, montava acampamento que só
desfazia quando terminava os festejos. Isso poderia demorar dias. Ele segue e
nos fala ainda da primeira escola que teve conhecimento, onde iniciou seus
estudos, que era situada na “ferradura”, onde hoje se localiza a fazenda do
Ademar Rinaldi.
Enquanto os festejos aconteciam, à noite após as novenas e terços, dava-se
os bailes de sanfona a violões iluminados por lampiões à querosene pendurados
nos esteios. E ela, a Dona da festa percorria os arredores menos iluminados
vigiando os namorinhos encobertos pela penumbra com a lamparina sobre a cabeça
equilibrada por uma rodilha de pano despontando os entocados, como se fosse
gado fujão, para o meio do povo com voz firme de mãe cuidado de seus rebentos, “óia,
ocêis veio aqui pra conversar, brincar ou ficar ai no escuro?”
Que Deus a tenha em seu devido lugar. Pois deixou aqui em nossa comunidade
um grande legado que não cessou com sua partida. A festa da padroeira cresce a
cada ano, e já é uma referencia que ultrapassou o regionalismo e conquistou o
estado.
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